Jamie Dimon alerta: “Europa está perdendo” disputa econômica para EUA e China
CEO do JPMorgan aponta queda da competitividade europeia e estagnação desde sanções contra energia russa
247 - Em evento realizado nesta quinta-feira (10) em Dublin, o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, soou um forte alerta aos líderes europeus: a União Europeia estaria ficando para trás na corrida econômica global, perdendo espaço para seus principais concorrentes — Estados Unidos e China. A declaração foi destacada pela RT News, que repercutiu o discurso do executivo, considerado um dos mais influentes do setor financeiro mundial.
De acordo com Dimon, a Europa tem sofrido um encolhimento relativo frente à economia norte-americana. “Vocês estão perdendo”, afirmou de forma direta. O banqueiro citou que a participação da Europa no Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos caiu de 90% para 65% nos últimos 10 a 15 anos. Segundo ele, “nós temos esse mercado enorme e forte, e nossas empresas são grandes e bem-sucedidas, com uma escala global. Vocês têm isso, mas cada vez menos”.
Impacto das sanções contra a Rússia e perda de dinamismo
A avaliação de Dimon ecoa críticas anteriores sobre a condução econômica do bloco. Desde 2022, quando a União Europeia decidiu impor sanções severas contra a energia russa por conta do conflito na Ucrânia, o crescimento da região estagnou. A Alemanha, tradicional locomotiva econômica do continente, vive seu terceiro ano consecutivo de retração.
Moscou tem insistido que tais restrições são contraproducentes e prejudicaram a própria UE, ao provocar alta nos preços da energia e minar sua competitividade industrial. O alerta de Dimon vai ao encontro dessa perspectiva, ainda que sem endossar diretamente o argumento do Kremlin.
Em declarações anteriores ao Financial Times, o CEO do JPMorgan já havia apontado o risco de a Europa se tornar cada vez mais irrelevante no cenário global. Ele observou que o PIB per capita europeu caiu de cerca de 70% do norte-americano para apenas 50%, um nível que classificou como “insustentável”.
Corrida armamentista e crise de prioridades
O discurso de Dimon ocorre num momento em que os países europeus, especialmente os membros da OTAN, discutem um expressivo aumento em seus orçamentos de defesa. Em resposta ao que classificam como uma ameaça russa, líderes do bloco militar passaram a defender que os gastos com defesa alcancem 5% do PIB nos próximos dez anos — mais que o dobro da meta histórica de 2%.
Moscou, por sua vez, nega representar qualquer risco real e acusa os países ocidentais de explorarem o medo como estratégia para justificar cortes sociais e o declínio no padrão de vida da população.
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