Itamaraty adota cautela diante de ameaças de Trump contra o BRICS
Presidente dos EUA ameaçou impor tarifas adicionais de 10% a países que se alinharem às “políticas antiamericanas” do BRICS
247 - O governo brasileiro está tratando com prudência a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 10% a países que apoiarem políticas do BRICS. Segundo Gerson Camarotti, do g1, a orientação no Ministério das Relações Exteriores é de cautela, enquanto se busca entender a real abrangência da medida e seus desdobramentos.
De acordo com uma fonte da diplomacia brasileira, a percepção interna é de que o anúncio de Trump não teve como alvo exclusivo o Brasil. “Então, cabe trocar uma ideia e deixar decantar um pouco esse movimento”, afirmou o interlocutor, sinalizando que o Itamaraty pretende adotar uma abordagem moderada antes de qualquer posicionamento mais assertivo.
A ameaça do presidente norte-americano foi feita no domingo (6), por meio de sua rede social, a Truth Social. No post, Trump declarou: “qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do BRICS sofrerá uma tarifa adicional de 10%”. Ele acrescentou que “não haverá exceções a essa política”. No entanto, o mandatário dos Estados Unidos não especificou quais países seriam alvo da medida, tampouco explicou o que seriam, exatamente, as “políticas antiamericanas” a que se referia.
No mesmo dia, o BRICS — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que recentemente ampliou sua composição — divulgou a “Declaração do Rio de Janeiro”, documento final de seu mais recente encontro. Embora os Estados Unidos não tenham sido citados nominalmente, o texto reitera a defesa do multilateralismo, do fortalecimento de instituições como a ONU, do respeito ao direito internacional e da rejeição a ações unilaterais que fragilizem o sistema global.
Nos bastidores da diplomacia, a expectativa é que esse embate se desdobre com base na dinâmica internacional e na própria postura dos demais países-membros do BRICS. A cautela brasileira reflete a tentativa de preservar relações comerciais e diplomáticas sensíveis, ao mesmo tempo em que reforça o compromisso com a atuação multilateral.
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