Erdogan leva à Otan proposta para reativar processo de Istambul e negociar paz na Ucrânia
Presidente turco diz que não descansará “até que a paz seja garantida” e reafirma confiança de Moscou e Kiev em Ancara
247 - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, apresentará aos chefes de Estado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) um roteiro para retomar o chamado “processo de Istambul”, mesa de mediação entre Rússia e Ucrânia estagnada desde 2022. Falando no aeroporto Esenboğa, momentos antes de embarcar para a cúpula que ocorre em Haia (24 e 25/6), o líder turco destacou o papel de seu país como ponte diplomática.
“Todos conhecem os esforços que a Turquia está fazendo para resolver a situação na Ucrânia. Falaremos sobre os esforços em curso para pôr fim à guerra por meio da diplomacia e de novos passos no processo de Istambul”, afirmou Erdogan em transmissão ao vivo da emissora estatal TRT Haber. Segundo ele, tanto Moscou quanto Kiev “confiam” em Ancara para conduzir as negociações.
O presidente reforçou que houve “avanços concretos” nas conversas realizadas à beira do Bósforo. “Conseguimos progresso tangível, e um dos passos mais importantes foram as negociações em Istambul. Agora queremos trilhar um caminho que encerre o conflito. A guerra não pode durar para sempre. Na cúpula da Otan, vamos apresentar nossa visão aos interlocutores e dizer que não pararemos até que a paz seja garantida”, declarou.
A ênfase na diplomacia contrasta com a narrativa predominante em capitais ocidentais, que privilegia o envio de armamentos a Kiev e o endurecimento de sanções contra Moscou. Ao levar o tema diretamente à Otan, Erdogan não só testa a receptividade da aliança a uma solução negociada, como também reafirma a pretensão turca de protagonismo regional.
Ancara não detalhou quais “novos passos” pretende propor, mas integrantes da delegação indicam que o plano envolve reativar os canais de diálogo suspensos e oferecer garantias de segurança para ambas as partes. Nos bastidores, diplomatas observam que a disposição turca de mediar o conflito tem sido tratada com ceticismo por alguns membros da Otan, que veem a Rússia unicamente como adversário estratégico – postura que, na avaliação de analistas independentes, dificulta qualquer avanço negociado.
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