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Editoras independentes denunciam Google à União Europeia por uso em resumos de IA

Organizações acusam o Google de desviar tráfego ao priorizar seus próprios resumos gerados por inteligência artificial nos resultados de busca

Um logotipo do Google é visto em uma instalação de pesquisa da empresa em Mountain View, Califórnia, EUA, em 13 de maio de 2025 (Foto: REUTERS/Carlos Barria)
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247 - Editoras independentes levaram à Comissão Europeia uma queixa formal contra o Google, denunciando práticas que consideram prejudiciais à livre concorrência e à sustentabilidade do jornalismo digital. 

A denúncia, apresentada em 30 de junho pela Independent Publishers Alliance, argumenta que o Google estaria abusando de sua posição dominante no mercado de buscas ao priorizar, no topo de seus resultados, as chamadas “visões gerais de IA” — resumos gerados por inteligência artificial com base em conteúdo de terceiros, incluindo o produzido por editoras jornalísticas. Segundo o texto, o uso desse material pela Big Tech tem provocado “perda de tráfego, leitores e receita”.

As visões gerais de IA começaram a ser disponibilizadas em maio e já operam em mais de 100 países, com anúncios integrados. Em vez de direcionar os usuários a sites externos por meio de links, o Google fornece resumos diretos no próprio buscador, alimentados com trechos extraídos de páginas da web. De acordo com os autores da denúncia, essa dinâmica mina o papel dos produtores de conteúdo e compromete a visibilidade das publicações originais.

“O principal serviço de busca do Google está usando indevidamente o conteúdo da web para as visões gerais de IA do Google na pesquisa Google, o que causou, e continua causando, danos significativos às editoras, incluindo editoras de notícias”, afirma o documento. A queixa destaca ainda que “os editores que usam a pesquisa Google não têm a opção de cancelar a inclusão de seu material no treinamento do modelo de linguagem grande da IA do Google e/ou de serem rastreados para resumos, sem perder a capacidade de aparecer na página geral de resultados de pesquisa”.

O Google, por sua vez, minimizou as críticas e defendeu sua política de integração de IA. Um porta-voz da empresa declarou: “Novas experiências de IA na pesquisa permitem que as pessoas façam ainda mais perguntas, o que cria novas oportunidades para que conteúdo e empresas sejam descobertos”. A companhia afirma enviar bilhões de cliques diariamente a sites da internet.

A Comissão Europeia preferiu não comentar o caso neste momento. Já a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido confirmou que recebeu a reclamação.

A Independent Publishers Alliance se apresenta como uma organização sem fins lucrativos dedicada à defesa de editoras independentes, embora o site do grupo não informe quais empresas fazem parte da aliança. A denúncia conta também com o apoio do Movimento por uma Web Aberta — que reúne anunciantes e editores digitais — e da organização britânica Foxglove Legal Community Interest Company, que atua em prol da justiça no setor tecnológico.

(Com informações da Folha de S. Paulo)

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