Brasil e China firmam acordo para construir primeiro satélite geoestacionário meteorológico conjunto
Parceria estratégica entre Lula e Li Qiang marca entrada do Brasil em seleto grupo global com tecnologia de satélites geoestacionários
247 - A relação estratégica entre Brasil e China no campo da tecnologia espacial deu um passo significativo com a formalização do acordo para o desenvolvimento conjunto do Satélite Geoestacionário Meteorológico CBERS-5. A informação foi divulgada neste domingo (6) pela agência Sputnik, durante a 17ª Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro.
O compromisso foi firmado pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em uma cerimônia bilateral à margem do encontro multilateral. O novo satélite será mais um componente do já consolidado Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), iniciado em 1988. A nova missão, no entanto, inaugura uma etapa inédita: o primeiro satélite geoestacionário a ser construído no âmbito dessa parceria — e também o primeiro do tipo desenvolvido pelo Brasil.
Marco histórico para o Brasil no setor espacial - Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o CBERS-5 representará uma virada tecnológica para o Brasil. Ao operar em órbita geoestacionária — permanecendo fixo em relação à superfície terrestre — o equipamento terá capacidade de monitorar, em tempo real, as condições meteorológicas e climáticas em todo o território nacional, além de regiões estratégicas para os dois países.
Com esse avanço, o Brasil se juntará a um grupo restrito de menos de dez países com domínio sobre essa tecnologia, usada principalmente para observação ambiental e previsão de desastres naturais.
Parceria reforça protagonismo internacional no BRICS - O acordo, firmado em meio à cúpula do BRICS sediada no Rio de Janeiro, reforça o papel do Brasil como parceiro estratégico da China em áreas sensíveis e de alta complexidade tecnológica. Também destaca a dimensão científica da cooperação Sul-Sul, especialmente em um contexto global de disputas geopolíticas e busca por alternativas às potências tradicionais no campo da inovação.
A continuidade do programa CBERS é apontada por especialistas como uma das mais bem-sucedidas colaborações internacionais em ciência e tecnologia já empreendidas pelo Brasil. O CBERS-5, agora com capacidade geoestacionária, amplia significativamente o escopo da parceria sino-brasileira, que já lançou quatro satélites de sensoriamento remoto em décadas anteriores.
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