Produção industrial acumula alta de 1,8% até maio, diz IBGE
Apesar do avanço no desempenho anual, o setor registrou retração de 0,5% em relação a abril
247 - A produção industrial brasileira apresentou alta de 3,3% em maio de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O dado faz parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada nesta quarta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o setor industrial cresceu 1,8%. Apesar do avanço no desempenho anual, o setor registrou retração de 0,5% em relação a abril, o que evidencia perda de fôlego no curto prazo.
Segundo o IBGE, o mês de maio refletiu um movimento desigual na indústria. Na comparação com abril, houve retração em 13 dos 25 ramos analisados. O número contrasta com a expansão de 1,2% verificada em março sobre fevereiro e representa intensificação do ritmo negativo iniciado em abril, quando o setor havia recuado 0,2%. Ainda assim, o nível de atividade segue 2,1% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), embora permaneça 15,0% abaixo do recorde histórico registrado em maio de 2011.
O principal destaque positivo de maio foi o grupo de bens intermediários — que inclui insumos, matérias-primas e componentes — com leve alta de 0,1%, puxada principalmente pelas indústrias extrativas, que cresceram 0,8% e acumularam avanço de 9,4% nos últimos quatro meses. No total, 11 atividades industriais apresentaram aumento de produção.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, “o único resultado positivo entre as grandes categorias econômicas foi em bens intermediários, explicado, principalmente, pelo comportamento positivo do setor extrativo, por conta da maior extração de minérios de ferro”.
Entre os setores que puxaram o índice para baixo, veículos automotores, reboques e carrocerias lideraram com queda de 3,9%, seguidos por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%). Também se destacaram negativamente produtos alimentícios (-0,8%), produtos de metal (-2,0%), bebidas (-1,8%), confecção de vestuário (-1,7%) e móveis (-2,6%).
Para Macedo, “o resultado negativo deste mês não apenas intensifica o ritmo de perda em relação ao mês anterior, mas também elimina parte do ganho de 1,5% acumulado nos três primeiros meses do ano, comparado ao patamar de dezembro de 2024”.
Das quatro grandes categorias econômicas analisadas com ajuste sazonal, três tiveram desempenho negativo: bens de consumo duráveis (-2,9%), bens de capital (-2,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,0%). A única variação positiva foi registrada nos bens intermediários (0,1%).
O gerente da pesquisa aponta que “o setor produtor de bens de consumo duráveis assinalou a maior magnitude de perda e eliminou parte da expansão de 4,1% acumulada nos meses de abril e março de 2025. Nesse mês, foi pressionado pela menor produção de automóveis, eletrodomésticos da ‘linha marrom’ e motocicletas”.
O avanço de 3,3% na produção industrial em maio de 2025 frente ao mesmo mês de 2024 foi impulsionado por três das quatro grandes categorias e por 19 dos 25 ramos investigados. Entre os destaques positivos estão as indústrias extrativas (8,7%), veículos automotores (12,2%), máquinas e equipamentos (12,6%) e produtos químicos (6,8%).
Por outro lado, coque, derivados do petróleo e biocombustíveis recuaram 7,2%, com forte influência da menor produção de álcool etílico. Macedo avalia que o bom desempenho anual “está associado à baixa base de comparação, uma vez que, em maio de 2024, o setor industrial recuou 1,2%”.
De janeiro a maio de 2025, a produção industrial acumula alta de 1,8%, levemente superior ao 1,4% registrado no mesmo intervalo de 2024. Duas das quatro grandes categorias econômicas ampliaram o ritmo de crescimento: bens de consumo duráveis (de 8,7% para 10,0%) e bens intermediários (de 1,5% para 2,3%).
Esses avanços foram sustentados pelo aumento na produção de automóveis (de 7,3% para 11,9%) e pelo desempenho das indústrias extrativas (de 1,7% para 3,2%). Em contrapartida, houve desaceleração na produção de bens de capital (de 2,2% para 1,9%) e agravamento na queda de bens de consumo semi e não duráveis (de -0,7% para -1,2%).
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