Próteses mamarias representam um perigo?
Desde o anúncio de uma primeira morte devida a um câncer de uma paciente tendo utilizado próteses de mamas de marcas PIP, inúmeras mulheres estão fazendo a pergunta sobre a relação de causa e efeito. Estes produtos, agora proibidos de serem vendidos, expõem as mulheres a um risco maior de tumor na mama?
Por Pauline Fréour
Desde o anúncio de uma primeira morte devida a um câncer de uma paciente tendo utilizado próteses de mamas de marcas PIP, inúmeras mulheres estão fazendo a pergunta sobre a relação de causa e efeito. Estes produtos, agora proibidos de serem vendidos, expõem as mulheres a um risco maior de tumor na mama? E quanto às próteses de outras marcas? Diante do pânico alimentado pelo censo de cada novo caso de câncer em uma portadora de prótese PIP na mídia, os especialistas em cirurgia estética pedem calma.
A primeira morte relatada, a de Edwige Ligonèche, foi causada por um linfoma, um tumor raro que representa apenas 0,5% dos tumores de mama. Em portadoras de próteses de mamas, estatísticas internacionais disponíveis, permitem estabelecer «o risco de linfoma de grandes células, em um para 130.000, e o risco de degeneração maligna de 1 para 2 milhões», isto é, quase a mesma proporção para as mulheres que não usam próteses, diz a Confederação internacional das Sociedades de cirurgia plástica reconstrutiva e estética. É, portanto, «difícil» no caso de Edwige Ligonèche «de saber se falamos de uma coincidência ou de uma associação », explicam os especialistas.
"O que pode ter parecido suspeito aqui é que foram encontradas células malignas localizadas em contato com a prótese ", disse ao Le Figaro, o Dr. Sydney Ohana, presidente de honra da Sociedade francesa de cirurgia estética. No entanto, nenhuma ligação foi estabelecida entre o implante e o tumor.
O adenocarcinoma, um tumor frequente nas mulheres.
Quanto ao novo caso de câncer em uma portadora de próteses PIP, assinalado na quinta-feira pela Afssaps, trata-se de um tipo diferente de câncer, o adenocarcinoma. No entanto, ele é muito comum. "é o tumor de mama mais observado na mulher », explica o Dr Ohana, relembrando que «uma em cada 10 mulheres, com ou sem prótese, desenvolverá um adenocarcinoma". Mas "estudos internacionais mostram que não há mais cânceres em portadoras de próteses que nas não portadoras, qualquer que seja a marca", diz ele. "Os cirurgiões reparam ablações de mama com próteses de silicone há 60 anos, e nenhum risco superior de tumor foi encontrado ".
No que diz respeito a defeitos de próteses PIP, que levaram sua retirada do mercado, o Dr Ohana confirma que seu envelope é mais frágil que o padrão. Aliás, foi por causa, da quantidades de fissuras assinaladas pelos cirurgiões que a Afssaps foi alertada. O gel de silicone contido no interior é ainda «menos purificado» que aquele utilizado agora. No entanto, não há necessidade de ficar impressionado pelo termo "industrial" divulgado pela mídia, ele acredita. "Este produto é equivalente ao silicone que era usado há 20 ou 30 anos", ele avalia.
O Dr Sydney Ohana aconselha às portadores de implantes PIP, de acordo com as recomendações da Afssaps, que consultem seu cirurgião e que passem por um ultrasom a cada seis meses. De modo geral, ele convida todas as mulheres com próteses de mamas, qualquer que seja a marca, a submeterem-se a este exame anualmente. Finalmente, ele lembrou, se a remoção ou a substituição do implante for necessária, o procedimento dura apenas uma hora e pode ser feito sob anestesia local «Elas podem retornar ao trabalho no dia seguinte ».
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