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Polícia prende quatro suspeitos de integrar rede de estupros virtuais e tortura contra mulheres

Operação realizada em nove estados e no DF investiga crimes de violência sexual, racismo e misoginia praticados pela internet

Polícia Civil de São Paulo (Foto: Divulgação)
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247 - Uma operação coordenada pelas polícias civis de oito estados e do Distrito Federal prendeu, na manhã desta segunda-feira (30), quatro pessoas suspeitas de integrar uma rede criminosa voltada à prática de estupros virtuais, tortura e violência contra mulheres. A ação é resultado de uma investigação iniciada em abril, após a denúncia da mãe de uma adolescente vítima do grupo. As informações são do UOL.

O caso veio à tona quando a mãe procurou a delegacia de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), para relatar que imagens íntimas da filha haviam sido divulgadas na internet. A partir dessa denúncia, a polícia chegou a um dos integrantes da rede criminosa, preso em maio. Com ele, foram apreendidos mais de 80 mil fotos, vídeos e áudios, material que revelou o modus operandi dos agressores e as plataformas utilizadas para a prática dos crimes.Entre os crimes investigados estão estupros virtuais, racismo, tortura psicológica e física e incitação à misoginia. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, as vítimas eram coagidas a se mutilar e a cometer atos violentos em frente às câmeras. Em alguns casos, as transmissões aconteciam ao vivo, e os registros também eram gravados para posterior divulgação.

Uma das plataformas usadas pelo grupo é o Discord, já conhecido por ser palco de outros crimes de ódio e violência praticados na internet.Até o momento, seis mulheres vítimas do esquema criminoso foram identificadas, mas a polícia acredita que o número real seja muito maior. Com o material apreendido na operação desta segunda-feira, os investigadores esperam localizar dezenas de outras vítimas.A operação ocorre no Rio de Janeiro — com cumprimento de mandados em Duque de Caxias e Nova Iguaçu — e em outros oito estados: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Santa Catarina e São Paulo. A quantidade total de mandados de prisão e busca ainda não foi divulgada pelas autoridades.As identidades dos presos não foram reveladas. As defesas dos suspeitos e a plataforma Discord foram procuradas pela reportagem, mas até o momento não se pronunciaram.

Atenção: saiba como denunciar casos de violência contra mulheres

Casos de agressão devem ser denunciados pelo telefone 190 (em flagrante) ou pelo Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher. Também é possível recorrer ao Disque 100, que recebe denúncias de violações de direitos humanos.

Vítimas de violência sexual podem buscar atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde sem a necessidade de boletim de ocorrência. No entanto, o exame de corpo de delito, importante para a coleta de provas, só é realizado com o registro da ocorrência. Recomenda-se que o exame seja feito o mais breve possível, embora possa ser realizado a qualquer tempo após o crime.Hospitais com atendimento ginecológico e obstétrico também devem oferecer medicação preventiva contra infecções sexualmente transmissíveis, atendimento psicológico e, quando for o caso, procedimentos legais de interrupção da gestação resultante de estupro.

A violência sexual contra mulheres no Brasil segue em níveis alarmantes. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2019 foram registrados 181 casos de estupro por dia. Em 2020, o número se manteve elevado, com 141 registros diários. Em mais da metade dos casos, as vítimas tinham até 13 anos de idade, configurando estupro de vulnerável.

A Polícia Civil segue investigando o caso e alerta para o cuidado com o ambiente virtual, especialmente entre adolescentes e jovens, e reforça que qualquer suspeita de abuso ou violência deve ser imediatamente denunciada.Perguntar ao ChatGPT

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