Renato Freitas: “Enquanto punem quem vem da favela, os super-ricos seguem intocados”
Deputado denuncia seletividade da política e da justiça no Brasil, defende taxação dos bilionários e reafirma compromisso com a luta popular:
247 - “Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, o deputado estadual Renato Freitas (PT-PR) criticou o sistema de desigualdade estrutural no Brasil e à seletividade da política e do sistema de justiça. “Enquanto punem quem vem da favela, os super-ricos seguem intocados”, afirmou, em referência à perseguição política que tem sofrido na Assembleia Legislativa do Paraná e à resistência do Congresso em aprovar medidas como a taxação dos super-ricos.
Com a ameaça de suspensão de seu mandato por 30 dias pela Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná, Freitas vê no processo mais um capítulo da tentativa de silenciá-lo: “Querem me impedir de falar na tribuna, de votar projetos, de participar das comissões. Mas o problema deles não é o que eu faço — é o que eu sou. Negro, periférico, de esquerda e intransigente com a injustiça”.
Renato lembrou que, mesmo inocentado pela Polícia Civil em relação ao episódio de uma manifestação de professores, foi punido politicamente por uma deputada que, segundo ele, representa o conservadorismo que teme sua presença no parlamento. “Meu black power, minha história, minha fala — tudo isso fere o senso de normalidade da elite. Eu não posso me esconder. Eu sou o que sou. E isso é o que mais incomoda”, disse.
O deputado também criticou o sistema econômico que protege os detentores de grandes fortunas e defendeu o fortalecimento da campanha por justiça tributária junto à população.
“Falar em taxar os super-ricos parece crime no Brasil. A elite nunca pagou a conta. Enquanto isso, quem vem da periferia é criminalizado, julgado antes mesmo de abrir a boca. Eu sou perseguido porque aponto esse abismo”, declarou.
Apesar dos ataques, Renato destacou as conquistas de seu mandato. Ele coordena o Núcleo Periférico, projeto que organiza cozinhas comunitárias, oficinas de costura, padarias populares, marcenaria, cursos de grafite e formação política. “A gente está gerando renda, dignidade e consciência. É isso que eles querem parar — mas não vão conseguir.”
Freitas finalizou a entrevista com um chamado à mobilização popular: “Eles querem que a gente peça licença para existir. Mas nós não vamos recuar. A favela precisa estar no centro da política. E se incomoda, é porque estamos no lugar certo”, finalizou.
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