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Humberto Costa, atual presidente do PT, fala da eleição para o seu substituto

Em entrevista ao 247, o senador comenta a eleição do novo presidente do Partido dos Trabalhadores

Humberto Costa (Foto: Carlos Moura/Agência Senado)
Redação Brasil 247 avatar
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Por Denise Assis, 247 - A disputa acontece neste domingo (6). O senador não se furtou de revelar o seu candidato: Edinho Silva, o preferido do presidente Lula. Porém, considera que o Partido dos Trabalhadores, com mais de três milhões de filiados e 45 anos de existência, tem maturidade para se unir em torno da campanha de 2026, qualquer que seja o resultado saído das urnas.

Com a ida da deputada Gleisi Hoffmann para o Ministério das Relações Institucionais, o senador Humberto Costa foi o escolhido para presidir interinamente o Partido dos Trabalhadores que, neste domingo (06/07), elegeu o seu substituto. A eleição, com disputa acirrada entre quatro candidatos, foi acompanhada com o máximo de interesse. Afinal, caberá ao vitorioso liderar a campanha de 2026, tendo a responsabilidade de reconduzir Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de presidente da República.  A corrida para presidir o maior partido da América Latina, com mais de três milhões de filiados, contou com os candidatos Edinho Silva - o preferido do presidente Lula, e ex-prefeito de Araraquara (SP) -, Rui Falcão, que presidiu o partido por três vezes; Walter Pomar, historiador e um dos dirigentes do PT, e Romênio Pereira, administrador e dirigente do PT. A disputa aconteceu durante a fase de enfrentamento entre o governo do presidente Lula, que teve derrotado no Congresso o seu projeto de aumento do Imposto de Operações Financeiras (IOF), e o presidente da Câmara, Hugo Motta. Ao romper o acordo feito pela aprovação, Motta escancarou para todo o país a luta de classes, levantando nas redes sociais a hasthag “Congresso inimigo do povo”. Para os “comentaristas”, estava inaugurada a campanha do “nós contra eles”, para o senador, mais uma “falácia da mídia, contra o partido”.

Segundo Humberto Costa, não é o PT quem está alimentando a polarização. “A extrema direita faz uma oposição desleal, baseada na mentira. Propaga o discurso de ódio sem qualquer tipo de pudor e nós, até para nos defendermos e para defender o interesse da maioria da população, temos que ir para esse enfrentamento”, reage.

O senador nega que seja o PT que está apostando na polarização com a extrema direita. “Nesse momento nós estamos vendo uma outra polarização, que é em cima de ideias, de propostas, e a ideia mais importante é essa: quem vai pagar para que diminua a injustiça tributária no Brasil? Quem vai pagar, para que o país continue numa situação de equilíbrio fiscal? Então essa polarização é um pouco diferente. Mas eu considero que a polarização que se estabelece com a extrema direita é algo que independe do nosso desejo, da nossa vontade”, disse.

Um pouco antes de a entrevista começar, o senador ficou sabendo da proposta tanto de Artur Lyra, quanto do presidente da Câmara, Hugo Motta, de que os partidos pequenos fossem impedidos de entrar com ações no Supremo Tribunal Federal, e logo se colocou contra a ideia.

“Eu acho que isso é um flerte com o autoritarismo, com a tentativa de impor uma maioria no Congresso Nacional, que não deixa espaço para todas as ideias e concepções. A Constituição é clara ao dizer que são os partidos políticos entre outras instituições que podem apelar ao supremo no sentido de garantir aqueles que são os direitos da minoria ou da própria maioria. Isso é parte dos contrapesos que nós temos na sociedade. E isso é um instrumento tipicamente da minoria. Então quer dizer que agora vai-se definir qual é o tamanho da minoria que tem direito de recorrer ao Supremo, quando um interesse ou um direito da sociedade ou daquela minoria é desrespeitado? Revela uma natureza autoritária e inaceitável”.

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