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XP minimiza impacto macroeconômico de tarifa de Trump, mas alerta para perdas em empresas como Embraer

Relatório aponta efeitos limitados para o Brasil como um todo, mas vê vulnerabilidades em setores expostos ao mercado dos EUA

Presidente dos EUA, Donald Trump - 10/06/2025 (Foto: REUTERS/Nathan Howard)
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247 - A corretora XP Investimentos distribuiu a seus clientes e investidores, nesta quinta-feira (10), um relatório avaliando a nova tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Segundo o documento, o impacto macroeconômico da medida "não é tão significativo", mas há efeitos importantes no plano microeconômico e político. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. 

"Apesar da relevância, a maior parte das exportações brasileiras são commodities, que podem acabar sendo redirecionadas para outros mercados, reduzindo o impacto potencial", diz o texto da XP. Os Estados Unidos representam atualmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por 12% das exportações e 15% das importações do país.

Embraer é a mais afetada

Entre as companhias brasileiras mais vulneráveis à medida, a XP aponta a Embraer, líder nacional na fabricação de aeronaves. A corretora calcula que 23,8% da receita da empresa tem origem no mercado norte-americano. "A Embraer é a empresa com maior exposição potencial, caso tenha que absorver integralmente a tarifa de 50%, sem repassar ao consumidor", afirma o relatório.

A reação do mercado foi imediata: as ações da Embraer registraram queda de 8% no pregão desta quinta-feira, liderando as perdas na bolsa brasileira.

Outras empresas sob risco

Além da Embraer, a XP cita outras empresas que, embora menos expostas, também podem sentir os efeitos da nova tarifa, como Suzano, WEG, Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Alpargatas, Minerva, Jalles e Tupy. O relatório também avalia impactos pontuais em setores como mineração, siderurgia, óleo e gás, petroquímica e varejo.

No setor de mineração e siderurgia, a corretora observa que os efeitos diretos devem ser limitados, com exposição de receita variando entre 0% e 4%. CSN, CBA e Vale aparecem com maior exposição, ainda que baixa, enquanto a Aura, por atuar com ouro, e a Gerdau, pelo foco no mercado doméstico de aço dos EUA, tendem a ser menos afetadas.

Petróleo e varejo também na mira

No setor petrolífero, o relatório destaca que cerca de 13% das exportações brasileiras de petróleo bruto têm como destino os EUA. No entanto, a XP pondera que o impacto pode ser diluído graças ao caráter global do mercado de petróleo. A China segue sendo o principal destino das exportações da Petrobras.

Já no varejo, a XP chama atenção para a Alpargatas, cujas operações norte-americanas representam 4% das vendas consolidadas. O relatório aponta que a empresa tem enfrentado dificuldades na rentabilidade da divisão nos EUA, mesmo após terceirizar a distribuição no país.

A XP também menciona a Azzas, com cerca de 10% das vendas vinculadas ao mercado norte-americano, em sua maioria por meio da marca Farm Global. No entanto, a cadeia de suprimentos da operação é majoritariamente baseada na China, o que, segundo o documento, deve limitar os efeitos da tarifa a 1% ou 2% das vendas da empresa.

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