XP antecipa corte da Selic para janeiro e prevê juros em 12,5% em 2026
Relatório da corretora indica inflação mais baixa, real valorizado e possível aceleração do afrouxamento caso reformas fiscais avancem
247 - A XP Investimentos antecipou para janeiro o início do ciclo de queda da taxa básica de juros no Brasil, anteriormente estimado para abril, segundo informou a agência Reuters. A instituição revisou para baixo suas projeções de inflação e reduziu a estimativa para a taxa Selic ao fim de 2026 para 12,5%, diante de uma conjuntura que combina menor pressão inflacionária, valorização do real e expectativas mais positivas para o cenário fiscal.
O novo relatório da XP, assinado pelo economista-chefe Caio Megale e sua equipe, destaca que o recente arrefecimento da inflação deve permitir ao Banco Central “gradualmente ganhar confiança de que a política monetária está funcionando”. A projeção reforça a percepção de que o atual patamar de juros, elevado para 15% ao ano na última reunião do Copom, pode começar a ser revertido ainda no primeiro trimestre de 2026.
Apesar de o BC ter sinalizado a manutenção da Selic em um nível elevado por um “período bastante prolongado”, como registrado na comunicação oficial da última alta, a XP aposta em um movimento de flexibilização mais cedo. Para a corretora, a queda dos juros pode ser ainda mais intensa se o ambiente político pós-eleições favorecer o avanço de reformas estruturais na área fiscal.
Inflação sob controle e câmbio mais valorizado fortalecem cenário
Com base nas novas estimativas, a XP reduziu a projeção de alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 de 5,5% para 5,0%, atribuindo o recuo a uma combinação de câmbio mais valorizado e moderação nos preços praticados no atacado. Para 2026, a estimativa de inflação também foi ajustada para baixo, de 4,7% para 4,5%, sustentada por menor inércia inflacionária.
No mercado de câmbio, a expectativa é de enfraquecimento global do dólar, o que levou a corretora a revisar a cotação do real para R$ 5,50 por dólar no fim de 2025 (ante R$ 5,80) e R$ 5,70 no final de 2026 (ante R$ 6,10). Essa apreciação da moeda brasileira contribui para a desaceleração dos preços internos, ampliando o espaço para cortes de juros.
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