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Von der Leyen: "sabemos que a relação com os Estados Unidos pode nunca voltar a ser como era antes"

Presidente da Comissão Europeia reage à escalada tarifária de Donald Trump e cobra estabilidade: “Tarifas são uma perda para todos”

Ursula von der Leyen em Bruxelas - 6/3/2025 (Foto: REUTERS/Stephanie Lecocq)
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247 - Durante pronunciamento em um fórum econômico-industrial realizado em Roma, nesta quinta-feira (10), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reconheceu a deterioração no relacionamento entre a União Europeia e os Estados Unidos. 

A fala, reproduzida pela RT, ocorre em meio ao aumento de tarifas impostas por Washington sobre produtos europeus, o que tem elevado as tensões comerciais entre os dois blocos.

“Tarifas são uma perda para todos. Mas não somos ingênuos: sabemos que a relação com os Estados Unidos pode nunca voltar a ser como era antes”, declarou von der Leyen. A dirigente afirmou que a prioridade atual da UE é estabilizar o cenário, revelando que Bruxelas está “trabalhando incansavelmente para encontrar um entendimento inicial”.

A crise ganhou corpo após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar em fevereiro a aplicação de tarifas de 20% sobre importações europeias. Como resposta, a UE retaliou com suas próprias sanções comerciais. Após breve trégua, as taxas foram reduzidas para 10%, com um acordo provisório de suspensão até o início de agosto, enquanto prosseguem as negociações.

Mesmo diante do impasse, von der Leyen destacou que Washington segue sendo “o parceiro comercial e de investimentos mais importante” para os europeus. Segundo dados da Eurostat de 2024, os EUA foram o maior exportador de bens para a UE e o segundo maior destino das exportações europeias, atrás apenas da China.

O governo Trump tem defendido as medidas como parte de uma campanha para reduzir o déficit comercial norte-americano e impulsionar a indústria doméstica. Em um movimento que amplia o escopo da política protecionista, as tarifas dos EUA hoje atingem 211 países.

Outro ponto de atrito entre EUA e Europa envolve os gastos com defesa na OTAN. Desde o primeiro mandato, Trump pressiona os aliados europeus a elevarem seus orçamentos militares. Em fevereiro, o bloco aceitou investir 2% do PIB em defesa. Trump, no entanto, elevou a exigência para 5%, advertindo: “Se eles não pagarem, eu não vou defendê-los”.

A pressão surtiu efeito. Em junho, os líderes da OTAN concordaram com o novo piso de 5% do PIB para gastos militares, justificando a decisão como uma resposta à ameaça representada pela Rússia diante do conflito na Ucrânia. Ainda assim, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, classificou o aumento como “irracional e contraproducente”, o que motivou uma reação do presidente norte-americano: “Vou fazer eles pagarem o dobro” — referindo-se à aplicação de novas sanções comerciais.

Moscou, por sua vez, nega qualquer intenção de atacar a OTAN. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, repudiou as acusações ocidentais, chamando-as de “absurdas” e “pura bobagem”. Para ele, os líderes europeus usam esse discurso como justificativa para ampliar gastos em armamentos e apoio a Kiev. “Na Ucrânia, nós estamos...”, disse Putin, sem concluir a frase reproduzida na reportagem.

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