Nvidia ultrapassa Microsoft e se torna a empresa mais valiosa do mundo com alta alimentada por corrida da IA

247- As ações da Nvidia atingiram um novo recorde histórico nesta quarta-feira (25), consolidando a gigante dos semicondutores como a empresa mais valiosa do planeta. Segundo informações da Bloomberg, o papel subiu 4,3% e encerrou o pregão cotado a US$ 154,31, superando a máxima anterior registrada em janeiro. Com esse avanço, o valor de mercado da companhia alcançou cerca de US$ 3,77 trilhões, desbancando a Microsoft, que agora ocupa a segunda posição com US$ 3,66 trilhões.

A disparada das ações desde abril, com valorização de 63% no período, representa um acréscimo de quase US$ 1,5 trilhão em capitalização de mercado. Essa escalada é impulsionada pela posição dominante da empresa na produção de chips voltados à inteligência artificial, setor que segue recebendo investimentos agressivos de gigantes como Microsoft, Amazon, Google (Alphabet) e Meta. Juntas, essas quatro empresas respondem por mais de 40% da receita da Nvidia, conforme dados de cadeia de suprimentos levantados pela Bloomberg.

Durante a assembleia de acionistas realizada nesta quarta-feira, o CEO Jensen Huang reafirmou o otimismo quanto ao futuro da companhia. “A demanda permanece forte”, afirmou, reforçando que o setor de tecnologia está apenas no início de um processo profundo de atualização da infraestrutura global voltada à inteligência artificial.

A confiança do mercado foi renovada com os resultados financeiros recentes da Nvidia, que demonstraram crescimento robusto, mesmo diante de restrições impostas à venda de semicondutores avançados para a China. O desempenho reforçou a percepção de que a companhia está bem posicionada para continuar liderando o setor, ampliando sua vantagem competitiva.

Michael Smith, co-gestor de portfólio da Allspring Global Investments, destacou que sua confiança no crescimento da Nvidia “é maior do que há alguns meses” e previu continuidade na corrida pela liderança da IA. “O momento foi claramente retomado, e o fosso em torno da Nvidia apenas se aprofundou”, avaliou.

A trajetória recente da empresa a tornou um símbolo da revolução da inteligência artificial em Wall Street. Em 2024, suas ações já haviam acumulado alta superior a 170%, após um salto de quase 240% no ano anterior. Mesmo com essa valorização, os papéis ainda são considerados atrativos por analistas: a Nvidia negocia a 31,5 vezes os lucros projetados para os próximos 12 meses — abaixo de sua média histórica de 10 anos e não muito distante da média do índice Nasdaq 100, que é de 27 vezes.

Além disso, o índice PEG (preço/lucro em relação ao crescimento), usado para avaliar o custo de crescimento das ações, está em 0,9 — o mais baixo entre as chamadas “Sete Magníficas”, grupo formado pelas maiores empresas de tecnologia dos Estados Unidos. Isso reforça a percepção de que a empresa ainda tem espaço para subir, especialmente diante das expectativas otimistas para seu desempenho nos próximos trimestres.

Apesar da valorização, a Nvidia ainda é relativamente pouco presente nas carteiras institucionais em comparação a outras gigantes do setor. Segundo levantamento do Bank of America, 74% dos fundos com posições compradas detêm ações da empresa, contra 91% no caso da Microsoft, por exemplo.

Mesmo com o otimismo predominante, alguns analistas observam limites no potencial de valorização, considerando que a Nvidia já está entre as maiores corporações do mundo. “Estou otimista para este ano e o próximo”, afirmou Smith, “mas, como todos, não sabemos o que virá depois. O papel não parece caro, mas pode haver um teto para o quanto ele ainda pode subir. No fim, a continuidade do crescimento da Nvidia vai depender de quanto tempo seus clientes seguirão ampliando seus investimentos em IA”.