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Lula elogia Galípolo e diz que taxa de juros 'vai ser corrigida com o passar do tempo'

"Galípolo é um presidente muito sério", afirmou Lula sobre o presidente do Banco Central

Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Gabriel Galípolo (Foto: Ricardo Stuckert / PR I Edilson Rodrigues / Agência Senado)
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247 - Durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026 nesta segunda-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a atuação do Banco Central sob a presidência interina de Gabriel Galípolo e afirmou que a taxa de juros "vai ser corrigida com o passar do tempo". A declaração foi feita diante dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura), no Palácio do Planalto. 

Lula rebateu a narrativa predominante sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 10,5% ao ano, e afirmou que a realidade do crédito para a agricultura familiar é diferente do que se propaga. "Todo mundo fica olhando o aumento da Selic para dizer que o mundo está uma desgraça", criticou. Segundo ele, os números apresentados por Paulo Teixeira mostram taxas efetivas muito inferiores: "vi lá uma quantidade de juros de 3%, 2,5%. Aliás, acho que a taxa mais alta que vi foi 5%".

Presidente relativiza impacto da Selic - Lula pontuou que é preciso levar em conta a inflação para avaliar a real carga dos juros cobrados. "Uma taxa de juros a 5% em uma inflação de 5% é taxa de juros zero", explicou. "É importante lembrar que uma taxa de juros a 3% num país com inflação de 5% significa -2%. É menos que juros zero."

Ao comparar com a agricultura comercial, o presidente também procurou mostrar que os juros reais são diferentes da Selic: "se você pegar um juro a 14% ao ano e descontar 5% de inflação, os juros vão ser 9%. Está longe de ser a taxa Selic", disse ao defender a política de financiamento voltada ao setor rural.

Apoio a Galípolo e crítica velada à gestão passada - Sem mencionar diretamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Lula voltou a criticar a independência do órgão, mas demonstrou confiança em Gabriel Galípolo, que assumiu interinamente a presidência da instituição. "O Galípolo é um presidente muito sério e tenho certeza de que as coisas vão ser corrigidas com o passar do tempo", declarou.

Lula também destacou que o governo está comprometido com a construção de uma nova realidade econômica: "Sabemos o que herdamos e não queremos ficar chorando o que nós herdamos. Queremos mostrar o que vai vir pela frente."

Discurso alinhado com Haddad - As falas do presidente ocorreram na mesma cerimônia em que o ministro Fernando Haddad prometeu "fechar brechas" que isentam os mais ricos do Imposto de Renda e rebateu duramente as críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ao se dirigir a Haddad, Lula sugeriu que o governo precisa melhorar a comunicação sobre a estrutura de juros praticada fora do sistema da Selic: "É importante que a gente aprenda a falar essas coisas, para as pessoas se darem conta de que os nossos bancos estão fazendo aquilo que historicamente não se fazia nesse país".

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