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ICC Brasil sobre tarifa de Trump: 'atinge setores estratégicos dos EUA como petróleo, minérios, agronegócio, celulose e aviação'

'Os impactos vão além do comércio direto. Atingem empregos, custos industriais e investimentos', alertou a instituição

Campo de petróleo da Bacia Permiana, nos arredores de Odessa, Texas, EUA (Foto: REUTERS/Eli Hartman)
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247 - A ICC Brasil, que reúne os membros brasileiros da Câmara de Comércio Internacional, a maior organização empresarial global, divulgou nesta quinta-feira (10) uma nota para manifestar a “preocupação” da entidade com as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra as exportações brasileiras.

“Os riscos de disrupção atingem a segurança de suprimentos estratégicos nos EUA em setores como petróleo, minérios, agronegócio, celulose e aviação. Nessas cadeias, os impactos vão além do comércio direto - atingem empregos, custos industriais e investimentos”, alertou a ICC Brasil.

“A tarifa de 50% para produtos brasileiros não afeta apenas o nosso país, mas também os Estados Unidos que detêm importações de diversos setores brasileiros, cuja interrupção poderá gerar impactos relevantes para a própria economia americana”.

A ICC Brasil afirmou que “defende a intensificação urgente de canais diplomáticos e institucionais de alto nível, com foco no pragmatismo e na construção de soluções técnicas e orientadas ao restabelecimento do diálogo e de condições comerciais previsíveis e estáveis”. “É necessária uma estratégia robusta para preservar essa relação histórica e garantir a confiança mútua”, escreveu a entidade. 

“A maior inserção internacional do Brasil é um dos principais vetores para o desenvolvimento econômico e social do país. A ICC reitera a importância de ampliar as relações comerciais e de fortalecer laços com economias relevantes, potencializando o acesso a diferentes mercados para o setor privado brasileiro, e se coloca à disposição para a busca de soluções”.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também criticou a decisão de Trump e afirmou que, “ao contrário da afirmação do governo dos Estados Unidos, o país norte-americano mantém superávit com o Brasil há mais de 15 anos”. 

O BTG Pactual estimou que as tarifas anunciadas pelo governo estadunidense podem reduzir as exportações brasileiras em valores superiores a R$ 100 bilhões. O Clube de Engenharia brasileiro disse que as medidas de Trump "representam uma tentativa inaceitável de subordinação do Brasil a interesses geoestratégicos alheios ao nosso projeto nacional".

O presidente Donald Trump anunciou as tarifas em carta endereçada ao presidente Lula. O chefe da Casa Branca não citou o BRICS, mas, conforme destacaram analistas, o crescimento deste grupo formado por 11 países é um dos motivos para a guerra tarifária iniciada pelo governo americano. 

O BRICS é uma das principais frentes de resistência e alternativa ao unilateralismo econômico norte-americano. O grupo também discute sistemas próprios de pagamentos para reduzir a dependência do dólar em transações comerciais. 

Outro motivo (citado na carta) para as tarifas de 50% anunciadas por Trump é o processo judicial contra o seu aliado Jair Bolsonaro (PL), réu no inquérito da trama golpista conduzido pelo Supremo Tribunal Federal no Brasil. 

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