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Ibovespa fecha em queda com tarifa de Trump sob holofotes e realização de lucros

Volume financeiro no pregão desta quarta-feira somou R$22,2 bilhões

Painel eletrônico na B3 em São Paulo 04/04/2025 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
Bianca Penteado avatar
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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, com a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar as tarifas comerciais contra o Brasil sob os holofotes e com as blue chips puxando um movimento de realização de lucros.

Pouco após o fechamento da bolsa brasileira, Trump anunciou uma tarifa de 50% para produtos brasileiros.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 1,31%, a 137.480,79 pontos, chegando a 137.299,04 pontos na mínima e marcando 139.330,7 pontos na máxima do dia.

Foi a terceira queda seguida, um ajuste que vem após o Ibovespa renovar máximas históricas no último dia 4, quando fechou acima dos 141 mil pontos pela primeira vez, acumulando uma valorização de 17,4% no ano.

O volume financeiro no pregão desta quarta-feira somou R$22,2 bilhões, em sessão com feriado no Estado de São Paulo, embora a B3 tenha funcionado normalmente.

De acordo com o analista Arthur Barbosa, da Aware Investments, a bolsa brasileira refletiu incertezas externas decorrentes do anúncio de novas tarifas de importação por Trump.

Ele explicou que as tarifas têm potencial para pressionar os preços nos EUA, reduzindo as chances de cortes adicionais nas taxas de juros ainda este ano pelo Federal Reserve, o que pode afetar os fluxos de recursos para mercados emergentes.

A repórteres em um evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca, Trump afirmou que o Brasil "não tem sido bom" para os EUA. "Vamos divulgar um número sobre o Brasil, creio eu, no final desta tarde ou amanhã de manhã."

A ata da última reunião de política monetária do banco central norte-americano também ocupou as atenções. E, na visão de Barbosa, da Aware, reforçou a postura cautelosa do Fed.

O documento mostrou que "alguns" membros do Fed achavam que a taxa de juros poderia cair já neste mês, mas que a maioria continua preocupada, até certo ponto, com a pressão inflacionária oriunda das tarifas de Trump.

Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em alta de 0,61%.

A correção na B3 também tem como pano de fundo eventos domésticos, em particular o clima menos amistoso entre governo e Congresso Nacional, com o Executivo insistindo no aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O analista da Aware também destacou comentário do presidente do BC brasileiro, Gabriel Galípolo, de que a instituição seguirá mantendo a política monetária restritiva pelo tempo necessário para assegurar a convergência da inflação à meta.

Galípolo reafirmou que todos os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) estão "bastante incomodados" com a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação e enfatizou que o BC persegue o centro da meta de inflação, de 3%.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 2,07%, em sessão negativa para os grandes bancos de varejo do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON cedeu 2,5%, BRADESCO PN perdeu 1,15% e SANTANDER BRASIL UNIT recuou 1,55%.

- VALE ON fechou em queda de 0,99%, mesmo com a alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações diurnas com elevação de 0,68%.

- PETROBRAS PN recuou 0,62%, em sessão de variações modestas dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent encerrou o dia com variação positiva de 0,06%. PETROBRAS ON caiu 1,45%.

- PETRORECONCAVO ON perdeu 5,36%, tendo ainda no radar dados preliminares mostrando produção média de 26,9 mil barris de óleo equivalente por dia (boed, na sigla em inglês) em junho, redução de 1,8% na comparação com o mês de maio.

- AZZAS 2154 ON cedeu 4,39%, em meio a perspectivas de um cenário ainda desafiador para a empresa no curto prazo, mesmo após repercussão positiva de mudanças recentes no conselho e alinhamento de acionistas.

- EMBRAER ON caiu 3,62%, em sessão marcada por notícias de que negocia a venda de aeronaves para a Royal Air Maroc. Analistas do UBS BB consideraram negativo para a companhia anúncio de Trump de tarifas para o Brasil.

- BRASKEM PNA subiu 6,02%, após avanço na tramitação de projeto para dar continuidade e melhorar estímulos ao setor petroquímico, enquanto investidores continuam acompanhando as negociações envolvendo o controle da empresa.

- CYRELA ON registrou alta de 0,47%, após prévia operacional do segundo trimestre mostrar que as vendas da construtora, excluindo permutas, subiram 31% ano a ano, enquanto os lançamentos tiveram um salto de 176%.

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