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Dólar fecha o dia quase estável, mas acumula alta de 2,28% na semana após tarifa de Trump

O dólar à vista fechou a sexta-feira com leve alta de 0,12%, aos R$ 5,5481

Nota de dólar (Foto: THOMAS WHITE / REUTERS)
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(Reuters) - Após se reaproximar dos R$5,60 em meio às preocupações com os efeitos da guerra tarifária dos EUA sobre a economia brasileira, o dólar perdeu força e encerrou a sexta-feira praticamente estável no Brasil, ainda que o saldo da semana tenha sido de alta firme ante o real.

O dólar à vista fechou a sexta-feira com leve alta de 0,12%, aos R$5,5481. Na semana, a divisa acumulou elevação de 2,28% ante o real, com as cotações incorporando prêmios de risco após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado na quarta-feira uma tarifa de 50% sobre os produtos comprados do Brasil.

Às 17h21, na B3 o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido -- subia 0,23%, aos R$5,5795.

Pela manhã, os agentes voltaram a operar reagindo à incerteza em torno dos impactos da tarifa do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos brasileiros. Uma das preocupações é de que a tarifação signifique menos exportações do Brasil no agregado, o que representaria uma entrada menor de dólares no país.

Ainda que o país tenha uma situação confortável em suas contas externas, o dólar reagiu em alta ante o real nos últimos dias.

“Do ponto de vista da economia real, é ruim, mas não é o fim do mundo, porque o Brasil é um país fechado. Daí, o impacto é limitado. Mas a tarifa pega no câmbio, que pega na inflação e nos juros, podendo ter um efeito cascata”, comentou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Investidores também se mantinham atentos ao exterior, onde o dólar avançava ante a maior parte das demais divisas em função de novos movimentos de Trump.

Além de anunciar uma tarifa de 35% para o Canadá, ele sinalizou que a taxa padrão de 10%, recebida por alguns países, pode ser elevada para 15% ou 20%. Também era esperada para esta sexta-feira o anúncio de tarifação da União Europeia.

Neste cenário, o dólar atingiu a cotação máxima de R$ 5,5932 (+0,93%) às 10h55 no Brasil. Ainda pela manhã, no entanto, a moeda perdeu força e retornou para a faixa dos R$5,55, com agentes aproveitando as cotações mais elevadas para vender divisas.

“Com o dólar perto dos R$5,60, houve ordem de stop loss (parada de perdas), com investidores que estavam comprados (posicionados na alta da moeda no mercado futuro) realizando lucros. Também teve exportador vendendo moeda”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Durante a tarde o dólar à vista se enfraqueceu ainda mais, chegando a marcar a mínima de R$5,5414 (estável) às 16h19.Profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias vêm ponderando que, apesar do avanço após o anúncio da tarifa de 50% para o Brasil, o dólar não incorporou totalmente o cenário de uma cobrança efetiva deste percentual pelos EUA a partir de 1º de agosto.

“Nos preços, está parcialmente a ideia de que haverá redução das tarifas, ou mesmo não implementação delas”, pontuou Spiess. “Se este cenário de tarifa de 50% se materializar, podemos ter uma piora adicional do real.”

No exterior, o dólar também se mantinha em alta ante boa parte das demais divisas. Às 17h18, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,30%, a 97,881.

Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.

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