Dólar cai 12% no primeiro semestre e Ibovespa registra melhor desempenho desde 2016
Os dados refletem uma combinação de fatores domésticos e internacionais que têm favorecido os ativos brasileiros
247 - O primeiro semestre de 2025 foi marcado por um cenário positivo para o mercado financeiro brasileiro, com o dólar acumulando queda expressiva de 12% e o Ibovespa registrando seu melhor desempenho para o período desde 2016. Os dados, divulgados pelo jornal Valor Econômico, refletem uma combinação de fatores domésticos e internacionais que têm favorecido os ativos brasileiros.
A moeda americana encerrou o semestre cotada abaixo de R$ 4,90, em meio ao fortalecimento do real impulsionado pelo aumento do fluxo de capital estrangeiro e pela expectativa de manutenção dos juros em patamares elevados no Brasil. Além disso, o cenário externo, com maior apetite por risco em mercados emergentes, também contribuiu para a valorização da moeda brasileira.
Segundo analistas ouvidos pelo Valor, a combinação entre o diferencial de juros favorável, a entrada de recursos estrangeiros para investimentos em renda fixa e o bom desempenho das commodities, especialmente o minério de ferro e o petróleo, sustentaram o real em trajetória de apreciação ao longo dos primeiros seis meses do ano.
Do lado da bolsa, o principal índice da B3 acumulou alta de cerca de 15% no semestre, o melhor resultado para o período desde 2016. O desempenho do Ibovespa foi puxado, sobretudo, pelas ações de empresas ligadas às commodities, como Vale e Petrobras, além dos bancos e do setor de energia elétrica. O ambiente internacional mais favorável, com sinais de desaceleração controlada da economia dos Estados Unidos e expectativa de cortes nos juros por parte do Federal Reserve (Fed), também contribuiu para o avanço dos ativos de risco brasileiros.
Para o estrategista-chefe de um grande banco nacional ouvido pelo Valor, o resultado reflete uma "tempestade positiva" para o mercado brasileiro. “O Brasil tem se beneficiado do fluxo de capital para emergentes, do bom momento das commodities e do patamar elevado da taxa Selic, que atrai investidores estrangeiros”, afirma.
Para o segundo semestre, as projeções são cautelosas. Embora o real e o Ibovespa possam continuar se beneficiando do cenário externo e do fluxo de capital, fatores como a tramitação de medidas econômicas no Congresso, as sinalizações do Banco Central e o comportamento da economia global devem influenciar os rumos dos mercados.
Especialistas alertam que a possibilidade de maior volatilidade não está descartada, sobretudo se houver surpresas no cenário internacional, como mudanças mais abruptas na política monetária dos Estados Unidos ou deterioração do ambiente econômico global.
Ainda assim, o desempenho do primeiro semestre consolida um início de ano positivo para o Brasil no radar dos investidores, com o país se destacando entre os emergentes e atraindo atenção pelo bom momento de seus ativos.
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