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Dólar à vista fecha em alta de 0,28%

No ano, a divisa acumula baixa de 10,67%

Notas de dólar 16/05/2016. (Foto: REUTERS/Nguyen Huy Kham)
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após oscilar abaixo dos R$5,50 pela manhã, o dólar fechou a terça-feira em leve alta ante o real, com investidores aproveitando as cotações mais baixas para comprar moeda, em um dia marcado no exterior pela baixa quase generalizada da divisa norte-americana após o cessar-fogo entre Israel e Irã.

O mercado brasileiro ponderou ainda o fato de o Banco Central ter programado para quarta-feira dois leilões cambiais, um de venda à vista de dólares e outro de swap cambial reverso.

O dólar à vista fechou a terça-feira em leve alta de 0,28%, aos R$5,5194. No ano, a divisa acumula baixa de 10,67%.

Às 17h10, na B3, o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,40%, aos R$5,5228.

Na noite de segunda-feira, com o mercado já fechado, o BC anunciou a realização na quarta-feira de dois leilões simultâneos, das 9h30 às 9h35, no mercado de câmbio. No leilão à vista será ofertado US$1 bilhão e na operação do chamado swap reverso serão oferecidos 20.000 contratos, o que também equivale a US$1 bilhão. O efeito prático da operação com swaps reversos é equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro.

Na prática, o BC pretende, na quarta-feira, atuar nas duas pontas: vender US$1 bilhão no mercado à vista e comprar US$1 bilhão no mercado futuro. Em tese, se ambos os leilões movimentarem US$1 bilhão de dólares, eles não terão uma influência de alta ou de baixa sobre as cotações do dólar na quarta-feira.

Como de costume, o BC não esclareceu formalmente sua intenção em promover os dois leilões simultâneos, mas profissionais do mercado avaliavam nesta terça-feira que a instituição mira no cupom cambial -- a diferença entre a taxa de juros em reais e a taxa em dólares, muito usada para precificar operações de hedge (proteção) no mercado de câmbio.

O FRA de cupom -- derivativo ligado ao cupom cambial negociado na B3 -- mais líquido atualmente é o de agosto, cujo vencimento ocorre na próxima quinta-feira, 26 de junho. Nas últimas semanas, chamou atenção a alta da taxa do FRA de cupom para agosto, que superou os 6% mais recentemente.

No mercado, uma das avaliações é de que a operação casada de venda de dólares e swap reverso do BC busca acomodar esta taxa, dando liquidez ao mercado e favorecendo inclusive a rolagem dos contratos de FRA de agosto. A leitura é a de que o BC pode ter identificado uma demanda por dólares à vista para os próximos dias e resolveu atuar para não estressar o mercado ainda mais.

De acordo com André Valério, economista sênior do Inter, a operação casada do BC reduzirá o cupom cambial. “Indiretamente, essa operação tende a dar suporte ao real, já que favorece o carry trade, que é a operação de tomar emprestado em uma moeda com juros menores e aplicar em uma moeda com juros maiores, que é o caso do real”, disse Valério em comentário escrito.

Também na noite de segunda, o BC anunciou que dará início, em 1º de julho, aos leilões para a rolagem dos swaps cambiais tradicionais que expiram em 1º de agosto. Porém, ao contrário do que vinha fazendo nos últimos meses, desta vez o BC não indicou na nota a intenção de fazer a rolagem integral dos vencimentos de agosto, nem informou qual é o estoque total de swaps que estão programados para vencer.

O estoque efetivo a ser rolado ao longo dos dias dependerá justamente da operação de swap cambial reverso da quarta-feira: cada contrato de swap reverso colocado pelo BC representará a eliminação de um contrato de swap cambial tradicional a vencer em agosto.

Na manhã desta terça-feira, em meio às ponderações sobre os leilões e às intenções do BC, o dólar à vista caiu para abaixo dos R$5,50, puxado pelo recuo firme da moeda norte-americana no exterior após o cessar-fogo entre Israel e Irã -- ainda que o acordo tenha sido ameaçado em diferentes momentos, com acusações de parte a parte.

Na cotação mínima da sessão, às 11h40, o dólar à vista marcou R$5,4759 (-0,51%).

“Aí o dólar ficou barato e apareceu comprador”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “Apareceram importadores, agentes de mercado que estão descobertos, em um movimento normal de recomposição de posições.”

Com isso a moeda norte-americana migrou para o território positivo e atingiu a cotação máxima de R$5,5246 (+0,37%) às 15h56, para depois fechar pouco abaixo deste nível.

O leve avanço do dólar no Brasil contrastou com o recuo da moeda norte-americana ante divisas pares do real, como o peso chileno, o peso mexicano e o rand sul-africano. Às 17h18, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,28%, a 97,957.








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