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Construção civil tem mercado de trabalho aquecido e reajusta salários acima da inflação

INCC sobe 0,96% em junho, puxado por acordos coletivos em grandes capitais; setor acumula alta de 3,46% no semestre e 7,19% em 12 meses

Trabalhadores da construção civil lidam com cimento em Belo Horizonte, Minas Gerais 6/3/2012 REUTERS/Washington Alves/Arquivo (Foto: REUTERS/Washington Alves/Arquivo)
Redação Brasil 247 avatar
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247 - O Índice Nacional da Construção Civil - Mercado (INCC-M) registrou em junho a maior alta mensal desde julho de 2022: 0,96%. O salto expressivo foi impulsionado principalmente pelos custos com mão de obra, que subiram 2,12% no mês — o maior reajuste desde junho daquele mesmo ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). As informações são do jornal O Globo.

Segundo o levantamento, os acordos coletivos firmados este mês nas cidades de Brasília, Recife e São Paulo resultaram em reajustes salariais superiores à inflação, refletindo um mercado de trabalho ainda aquecido no setor da construção.

Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, destacou que o movimento de alta nos salários ocorre mesmo diante de sinais de desaceleração na atividade do setor.

“O resultado do INCC-M de junho confirma que a pressão maior sobre os custos setoriais vem da mão de obra. A Sondagem da construção de junho mostrou uma desaceleração da atividade e uma redução do ímpeto de contratar. Mas as empresas voltaram a ficar mais otimistas com a demanda dos próximos meses, o que significa que o mercado de trabalho deve permanecer aquecido e as empresas pressionadas com os custos da mão de obra”, explica.

Além da mão de obra, todos os demais componentes do índice — materiais, equipamentos e serviços — também registraram aceleração em relação a maio, quando o índice havia avançado 0,26%.

Com o resultado de junho, o INCC-M acumula alta de 3,46% no primeiro semestre de 2025. Em 12 meses, a variação chega a 7,19%, reforçando a tendência de que o setor da construção civil está enfrentando uma inflação superior à média da economia.

Ana Maria pondera que, embora o salto de junho tenha sido influenciado pelas datas-base de reajuste salarial em regiões com grande volume de obras, o ritmo de aumento de custos tende a se manter elevado. “O setor já mostrava uma tendência de ritmo superior à inflação e a tendência de escassez de mão de obra se mantém, o que pressiona a taxa.”

A aceleração do índice foi observada em quase todas as capitais pesquisadas. Apenas Salvador e Rio de Janeiro não apresentaram avanço na variação. Já São Paulo, Recife, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte mostraram elevação nos custos da construção, em linha com os reajustes regionais.

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