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Lula celebra eleição de Ana Maria Gonçalves, primeira mulher negra imortal da Academia Brasileira de Letras

Presidente destaca importância da obra da escritora para a compreensão da história do Brasil e lembra sua leitura durante período de prisão

Ana Maria Gonçalves (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Laís Gouveia avatar
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247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou publicamente a escritora Ana Maria Gonçalves, que se tornou a primeira mulher negra eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em declaração divulgada nesta sexta-feira (11), Lula afirmou que a escolha da autora representa um “justo reconhecimento a uma das melhores escritoras que temos hoje”.

Ana Maria Gonçalves foi eleita na tarde de quinta-feira (10) para a cadeira nº 33 da ABL, vaga deixada pela morte do acadêmico Evanildo Bechara. A escritora obteve 30 votos, superando outras 13 candidaturas, e entrou para a história ao romper a barreira racial em uma das instituições literárias mais tradicionais do país, que completa 128 anos neste mês.

“A Academia Brasileira de Letras acertou em cheio ao eleger Ana Maria Gonçalves como sua nova imortal. A obra de Ana Maria Gonçalves nos ajuda a compreender a história brasileira, infelizmente marcada pelas mazelas do racismo e da opressão”, afirmou o presidente Lula. Ele ainda revelou que o livro “Um Defeito de Cor”, de autoria da escritora, foi um companheiro durante o período em que esteve preso injustamente em Curitiba (PR): “sempre faço questão de recomendar a todos a sua leitura.”

Ana Maria Gonçalves, 55 anos, mineira de Ibiá, é publicitária, escritora, roteirista e dramaturga. Seu romance “Um Defeito de Cor” retrata a trajetória de uma menina nascida no Reino do Daomé, capturada e trazida como escrava ao Brasil, uma narrativa que traz à tona a luta contra o racismo e a opressão que marcou a história do país. A obra, multipremiada, inspirou o enredo da escola de samba Portela no Carnaval de 2024, com destaque para a personagem principal inspirada na liderança da Revolta dos Malês, Luísa Mahin.

Para a escritora, o romance representa “a história da luta preta no Brasil incorporada em uma mulher que enfrentou os maiores desafios imagináveis pra continuar viva e preservar suas heranças e raízes”.

A eleição de Ana Maria Gonçalves foi celebrada por membros da Academia. A historiadora e também imortal Lilia Moritz Schwarcz declarou que a entrada da escritora é um “dia histórico” e destacou sua importância para o feminismo negro e para o debate cultural brasileiro. O músico e acadêmico Gilberto Gil também saudou a chegada de Ana Maria à ABL, ressaltando a potência e o “fôlego” da sua literatura.

A vitória da escritora representa não apenas um marco simbólico na luta por diversidade e representatividade, mas reforça a importância da literatura como instrumento de reflexão sobre a história e as desigualdades do Brasil.

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