“Verás que um filho teu não foge à luta”, diz Paulo Teixeira em resposta ao “ataque” de Trump
Ministro critica brasileiros que pedem ajuda a Trump para escapar da Justiça e denuncia agressão à soberania nacional
247 - Durante cerimônia realizada nesta sexta-feira (11) em Linhares (ES), que marcou o início do pagamento do Programa de Transferência de Renda (PTR), parte do Novo Acordo do Rio Doce, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), fez duras críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aos brasileiros que, segundo ele, estariam buscando proteção no exterior para evitar responsabilização judicial. A fala foi uma resposta direta ao aumento de 50% nas tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros, anunciado recentemente por Trump.
Com tom incisivo, Paulo Teixeira ironizou as articulações de setores ligados ao bolsonarismo que teriam influenciado o gesto hostil da Casa Branca. “Quero aproveitar aqui para dizer: se cada um que tiver para ser condenado na Justiça brasileira for pedir para o Trump aumentar as tarifas dos produtos brasileiros, vai para 5 mil, 50 mil, 500 mil a tarifa. Não é assim que se enfrenta a Justiça. Se enfrenta a Justiça se defendendo. Quem cometeu crime tem que pagar”, afirmou o ministro.
Em sua fala, Teixeira evocou um dos versos mais simbólicos do hino nacional para reforçar sua crítica ao que classificou como uma tentativa de golpe contra a soberania brasileira. “No hino nacional, tem um trecho que diz o seguinte: ‘mas se ergues da Justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta’. Nós estamos com o presidente Lula para defender o Brasil desse ataque à soberania nacional que foi promovido pelo presidente dos Estados Unidos.”
O ministro ainda lançou um alerta ao presidente norte-americano: “E dizer para o presidente dos Estados Unidos que é melhor andar em melhores companhias, porque ele anda muito mal acompanhado com alguns brasileiros que estão querendo fugir para os Estados Unidos”.
As declarações ocorreram no mesmo evento em que os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) também criticaram duramente o aumento tarifário e apontaram influência da família Bolsonaro na tentativa de usar o poder estrangeiro para desestabilizar o país. O governo brasileiro interpreta a medida como uma agressão direta à política externa soberana conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Programa de Transferência de Renda, instituído como uma das ações reparatórias pelo desastre ambiental de Mariana (MG) em 2015, representa um novo modelo de justiça social no contexto da reconstrução das comunidades atingidas, fruto do Novo Acordo do Rio Doce.
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