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Tarcísio poderá ser investigado por tentar facilitar a fuga de Bolsonaro

PT aciona o STF contra o governador de São Paulo por suspeita de obstrução de Justiça e por interceder a favor do ex-presidente junto à corte

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apoia agressão de Donald Trump ao Judiciário brasileiro (Foto: Reprodução )
Redação Brasil 247 avatar
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247 – O Partido dos Trabalhadores protocolou nesta sexta-feira (11) uma petição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o ministro Alexandre de Moraes apure a conduta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por suspeita de crimes como obstrução de Justiça, abuso de autoridade e colaboração com organização criminosa transnacional. 

Segundo a ação, Tarcísio teria telefonado a ministros do STF com o objetivo de interceder a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado. O pedido seria para que Bolsonaro obtivesse autorização judicial para viajar aos Estados Unidos, onde se encontraria com o presidente Donald Trump, que exerce seu segundo mandato desde 2025. O objetivo do encontro, segundo o PT, seria negociar a reversão do tarifaço imposto por Trump ao Brasil, em troca da absolvição de Bolsonaro.

 “O gesto é grave: um chefe de Executivo estadual tentando liberar a saída de um réu investigado por tentativa de golpe, para que este se encontre com o líder da pressão internacional contra o Brasil”, afirma o partido na petição.

O PT argumenta que o governador de São Paulo teria atuado como elo institucional de uma chantagem entre Trump e Bolsonaro. Mesmo sem formalizar um pedido oficial à Corte, o simples contato com ministros já demonstraria, segundo o partido, uma tentativa de interferência no andamento do processo penal.

 “Na prática, Tarcísio não apenas expressou a chantagem — ele teria atuado para materializá-la. Ainda que não tenha formalizado o pedido, o simples contato institucional revela disposição de violar a legalidade, pressionar a Corte Suprema e fragilizar o processo penal em curso”, sustenta o documento.

Tarcísio negou que tenha feito qualquer contato com ministros do STF nesse sentido. No entanto, o PT afirma que mesmo uma atuação informal deve ser compreendida como tentativa de obstrução da Justiça.

 “Tal ato, ainda que informal, configura ingerência indevida no exercício da jurisdição penal desta Corte e deve ser compreendido como tentativa de obstrução da Justiça, pois visa, na prática, subtrair o réu da aplicação de medida cautelar já imposta de retenção de passaporte.”

O partido pede ainda que o Ministério Público seja formalmente informado sobre os indícios de condutas criminosas atribuídas a Tarcísio de Freitas. Além disso, solicita que a competência para eventual desdobramento investigativo permaneça no STF, mesmo que o governador tenha foro privilegiado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em razão da conexão direta com os fatos investigados na Ação Penal 2668.

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