No BRICS, Silveira exalta protagonismo do Brasil na transição energética e cobra ação dos países ricos
Ministro destaca papel do Sul Global nas soluções climáticas e reforça apelo por financiamento internacional para transição justa
247 - As iniciativas brasileiras no campo da transição energética foram o ponto alto da cúpula do BRICS realizada neste fim de semana no Rio de Janeiro. A informação é do Ministério de Minas e Energia (MME), que liderou a articulação do setor no encontro.
O ministro Alexandre Silveira ressaltou o papel central dos países do Sul Global na formulação de políticas climáticas e apontou a falta de recursos por parte das nações industrializadas para viabilizar uma transição justa.
Na declaração conjunta assinada nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou os compromissos assumidos: “Uma década após o Acordo de Paris, faltam recursos para a transição justa e planejada, essencial para a construção de um novo ciclo de prosperidade. Será preciso triplicar energias renováveis e duplicar a eficiência energética. Faz parte deste desafio viabilizar os meios de implementação necessários, hoje estimados em 1,3 trilhão de dólares, partindo dos 300 bilhões já acordados na COP29 no Azerbaijão”.
Brasil à frente do novo planejamento energético do bloco
Durante o encontro, o BRICS de Energia formalizou o “Roadmap da Cooperação Energética do BRICS 2025–2030”, que passa a orientar as ações conjuntas do grupo pelos próximos cinco anos. O plano foca na transição energética e no avanço de temas estratégicos, incorporando novas tecnologias e áreas críticas. Segundo Alexandre Silveira, a proposta aprovada coloca o Brasil em posição de destaque no bloco.
“A presidência brasileira do BRICS em 2025 reafirmou nosso compromisso com uma transição energética justa, inclusiva e liderada pelo Sul Global. Os resultados das discussões mostram que temos propostas concretas, capacidade técnica e vontade política para ser provedores de soluções que irão viabilizar a transição energética. E o Brasil se mostrou não apenas como um país que ostenta uma matriz energética 90% limpa, mas um articulador estratégico da nova governança energética mundial”, afirmou o ministro.
Plano prevê marcos anuais e foco em tecnologias de fronteira
O novo Roadmap foi estruturado em dois grandes eixos — temas setoriais e áreas transversais — e estabelece marcos anuais para guiar sua implementação. Um dos destaques é a inclusão sistemática de tecnologias emergentes como a captura e armazenamento de carbono (CCUS), combustíveis sintéticos (e-fuels), remoção direta de carbono da atmosfera (DAC) e bioenergia com captura de carbono (BECCS).
Além disso, o plano eleva o hidrogênio de baixa emissão a prioridade estratégica e incorpora temas como redes inteligentes, mobilidade sustentável, eficiência energética em edificações e sistemas de refrigeração. Também ganha protagonismo a digitalização do setor energético, com o uso de inteligência artificial como ferramenta de modernização.
Expansão de temas e fortalecimento institucional
A nova versão do Roadmap vai além das metas anteriores ao ampliar sua agenda com temas antes pouco explorados, como minerais críticos, financiamento climático, capacitação profissional e planejamento energético integrado. Esses elementos visam estruturar uma transição mais sólida e coordenada entre os membros do BRICS.
A expectativa, segundo o MME, é que esse novo ciclo de cooperação energética contribua de forma decisiva para o enfrentamento da crise climática global, posicionando o bloco como ator-chave nas discussões sobre o futuro sustentável do planeta.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: