Mauro Cid vira alvo da PF por plano de fuga com passaporte português
Investigação apura tentativa de deixar o Brasil com ajuda de Gilson Machado. STF determina e depois revoga ordem de prisão contra ex-ajudante de Bolsonaro
247 - A Polícia Federal cumpriu mandados nesta sexta-feira (13) contra o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), no âmbito de uma investigação sobre tentativa de evasão ilegal do país. A informação foi divulgada inicialmente pela GloboNews, que também apurou, junto à defesa de Cid, que a ordem de prisão contra ele foi revogada antes de ser executada.
O caso está relacionado a um inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apura se Cid buscou utilizar sua cidadania portuguesa para obter um passaporte e, assim, burlar as restrições impostas pela Justiça brasileira para deixar o país, informa o g1. Ainda segundo os advogados, o militar foi conduzido apenas para prestar depoimento nesta manhã.
A investigação aponta que o plano contaria com o apoio de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo durante o governo Bolsonaro. Machado foi preso em Recife por envolvimento direto na tentativa de emissão do passaporte junto ao consulado de Portugal.
A advogada Vânia Bittencourt, que integra a equipe de defesa de Mauro Cid, declarou à GloboNews que ele e seus familiares possuem documentos portugueses, como cidadania e carteira de identidade, mas que esses papéis não dão livre trânsito pela Europa. Ainda segundo ela, Cid estaria disposto a entregar a carteira de identidade portuguesa à Justiça e não teria intenção de deixar o país sem autorização legal.
As apurações revelaram que, já em janeiro de 2023, Cid tentava formalizar sua cidadania portuguesa. A Polícia Federal afirma ainda que encontrou arquivos no celular do militar confirmando essas tratativas. O envolvimento de Gilson Machado teria se intensificado em maio de 2025, quando ele teria atuado diretamente junto ao consulado português no Recife para viabilizar a emissão do passaporte.
Cid é um dos 31 réus — ao lado de Jair Bolsonaro — em ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado que visava reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022 e manter o então presidente no poder. A denúncia apresentada pela PGR inclui crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.
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