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Líderes partidários criticam suposto afastamento de Lula da articulação política

Presidentes de partidos se queixam de não serem chamados para conversas com o presidente Lula

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Guilherme Levorato avatar
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247 - Em meio ao agravamento da crise entre o Executivo e o Congresso Nacional, presidentes de partidos que integram a base do governo Lula (PT) criticaram à TV Globo o distanciamento do presidente da República em seu terceiro mandato. Apesar de comandarem pastas importantes na Esplanada dos Ministérios, os dirigentes partidários afirmam jamais terem sido convidados para reuniões com o petista.

A crítica surge no contexto da disputa entre Planalto e Legislativo sobre temas como a derrubada do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo os relatos, a articulação política direta com o chefe do Executivo estaria praticamente inexistente — o que tem alimentado insatisfações mesmo entre aliados, relata o g1.

Interações restritas a cerimônias públicas - De acordo com os líderes ouvidos, os encontros com Lula têm se limitado a aparições protocolares em eventos institucionais, sem qualquer espaço para conversas sobre propostas, articulações ou reforço da coalizão política. As reclamações vêm de dirigentes de legendas como MDB, União Brasil, PP e PSD — todos partidos que ocupam ministérios estratégicos no atual governo.

O MDB, por exemplo, está presente na gestão desde o primeiro dia, com o comando das pastas de Cidades, Transportes e Planejamento. Ainda assim, aliados do presidente nacional do partido, Baleia Rossi, afirmam que ele jamais foi chamado para uma conversa com Lula sobre política ou alinhamento de interesses entre o partido e o governo.

A insatisfação também é latente no União Brasil. Em entrevista à GloboNews, na quarta-feira (2), o presidente da sigla, Antonio Rueda, foi enfático: “desde que assumi a legenda, jamais fui chamado por Lula para uma conversa”. O partido comanda os ministérios das Comunicações e do Turismo, sendo que o primeiro passou recentemente a ser liderado por Frederico de Siqueira Filho, indicado da cúpula partidária.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), que comanda o partido responsável pelo Ministério do Esporte, criticou: “ele está totalmente afastado dos partidos políticos”, disse. Ciro afirmou que nunca foi convidado para uma reunião com o presidente e completou: “se fosse convidado, não aceitaria”. Ex-ministro da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (PL), Ciro é hoje uma das principais vozes que defendem o rompimento completo com a gestão Lula.

Já o presidente do PSD, Gilberto Kassab, adota tom mais diplomático, mas não esconde a escassez de contato. Segundo ele, apenas três encontros com Lula ocorreram desde o início do mandato, em janeiro de 2023. Apesar disso, Kassab evita críticas diretas, embora já tenha feito ressalvas públicas à política econômica do governo e mantenha proximidade com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de quem é secretário de Governo e Relações Institucionais.

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