Edital do BNDES e da Finep atrai R$ 57,4 bilhões em propostas para centros de pesquisa no Brasil
Chamada pública recebeu 618 projetos, com maioria voltada à criação de novos centros de PD&I e expectativa de contratação de mais de 28 mil profissionais
247 - O Brasil deu um passo importante para fortalecer sua capacidade de inovação com o edital lançado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que recebeu 618 propostas para a implantação, expansão ou atração de Centros de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PD&I). Segundo informações divulgadas pelas instituições, os projetos totalizam R$ 57,4 bilhões em investimentos, dos quais R$ 51,9 bilhões foram pleiteados em financiamentos junto ao BNDES e à Finep.
A chamada pública, segundo nota oficial das instituições, superou as expectativas ao atrair uma maioria expressiva de propostas voltadas à criação de novos centros de PD&I — 368 projetos, o equivalente a 59,5% do total. Esses centros devem representar um investimento de R$ 37,8 bilhões, sendo R$ 34,7 bilhões solicitados às financiadoras. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste concentram 201 propostas, que preveem aportes de R$ 16,1 bilhões, correspondendo a 28% do total estimado.
Além dos aportes financeiros, as propostas indicam forte impacto na geração de empregos qualificados. A previsão é de contratação de mais de 28 mil profissionais, entre eles 4.501 mestres e 2.754 doutores. A média por proposta é de 46 novos funcionários, sendo 11,7 pesquisadores com titulação avançada. Essa mobilização de capital humano qualificado reflete o potencial do edital de transformar o cenário da inovação no país.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o resultado do edital representa um avanço estrutural na capacidade do Brasil de inovar. “A ampliação da área dedicada a PD&I representa uma mudança estrutural na capacidade do país de inovar, com potencial de aumentar a competitividade da indústria nacional e, em última linha, gerar desenvolvimento para o país”, afirmou. Ele também destacou o impacto positivo sobre as oportunidades de trabalho para mestres e doutores: “O conhecimento científico aplicado tem potencial para transformar estruturalmente os negócios.”
O presidente da Finep, Luiz Antônio Elias, reforçou a importância da estratégia para o desenvolvimento nacional. “Atração de centros de pesquisa e desenvolvimento é fundamental para o Brasil, pois impulsiona a inovação, o crescimento econômico, e aumenta a produtividade e a competitividade”, disse. E completou: “Para a Finep, apoiar esses projetos significa fortalecer a indústria nacional, expandir as fronteiras do conhecimento, gerar empregos qualificados e promover o desenvolvimento sustentável em todas as regiões do país.”
O edital, que originalmente previa um orçamento de R$ 3 bilhões, permite o uso de múltiplos instrumentos financeiros: crédito, participação acionária, subvenção econômica e recursos não-reembolsáveis para projetos cooperativos entre empresas e instituições científicas. Entre os proponentes estão companhias nacionais e multinacionais de países como Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Holanda, Singapura, Suíça, Estados Unidos, Itália e Luxemburgo.
Os centros de PD&I compreendem instalações como laboratórios, plantas piloto e unidades de demonstração, dedicadas à pesquisa básica e aplicada, desenvolvimento de produtos, testes e validações. Esses centros também promovem parcerias com universidades e outras instituições de ciência e tecnologia, atuando como catalisadores da inovação no ecossistema produtivo.
No cenário internacional, o apoio estatal tem sido decisivo para atrair centros de PD&I. Países como China e Índia oferecem subsídios diretos a setores estratégicos; Japão e Holanda apostam em incentivos fiscais. No Reino Unido, pequenas e médias empresas podem obter deduções fiscais de até 175%, enquanto grandes corporações têm direito a 130% — modelo que inspira iniciativas similares no Brasil para fomentar o crescimento da economia baseada no conhecimento.
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