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Brasil estuda chamar embaixadora nos EUA de volta em reação ao tarifaço de Trump

Governo Lula avalia resposta diplomática e econômica após anúncio de tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos

Maria Luiza Viotti (Foto: Agência Brasil)
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247 - O governo brasileiro não descarta a possibilidade de convocar para consultas a embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, como forma de demonstrar insatisfação com a ameaça feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras ao país. 

Segundo a CNN Brasil, a medida já foi cogitada internamente, mas ainda não há consenso dentro do governo sobre sua adoção imediata. No meio diplomático, a convocação de um embaixador para consultas é vista como um sinal claro de desagrado e pode representar um ponto de inflexão nas relações bilaterais.

Antes de tomar qualquer decisão, o Itamaraty deverá analisar cuidadosamente uma série de opções de retaliação às ameaças de Trump. A avaliação predominante no governo é que uma resposta precipitada poderia trazer impactos adversos à própria economia brasileira, como o aumento da inflação e o risco ao emprego em setores exportadores.

“Há uma preocupação com os efeitos colaterais de qualquer retaliação”, relatou uma fonte à reportagem. A estratégia, portanto, é agir com cautela. A escolha de eventuais produtos norte-americanos que seriam alvos de tarifas retaliatórias será baseada em dois critérios principais: causar impacto político nos Estados Unidos e reduzir ao mínimo os danos à economia nacional.

Outro fator que permite ao Brasil adotar uma abordagem mais estratégica é a menor dependência comercial dos Estados Unidos, se comparada a países como México e Canadá. Essa relativa autonomia oferece espaço para resistir à pressão e articular uma resposta que combine firmeza e pragmatismo.

Além disso, o histórico do presidente Donald Trump também pesa na análise do Itamaraty. Diplomatas brasileiros classificam o atual mandatário como imprevisível, lembrando que ele já voltou atrás em disputas comerciais com outras nações. Essa percepção alimentou, inclusive, a expressão “TACO” — sigla em inglês para “Trump always chickens out”, ou “Trump sempre amarela”.

A linha adotada pelo governo Lula é a de responder de forma firme, mas sem abrir mão da responsabilidade. O objetivo é proteger os interesses nacionais e garantir a estabilidade econômica, evitando reações precipitadas que possam resultar em prejuízos maiores.

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