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Aumento do IOF é essencial para ‘recuperar o fiscal’, afirma Ceron

Secretário do Tesouro reconhece que instabilidade preocupa o mercado, mas defende arrecadação como pilar do ajuste das contas públicas

Secretário Especial do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, Rogério Ceron (Foto: Washington Costa/MF)
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247 - Em entrevista concedida à GloboNews na noite desta terça-feira (1º), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, reconheceu que a instabilidade em torno do decreto que eleva as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) causa insegurança entre os agentes econômicos. 

“Isso traz, de fato, alguma fricção, alguma incerteza para o mercado como um todo”, afirmou. A declaração foi dada após o governo federal acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar restabelecer o aumento das alíquotas, anteriormente revogado pelo Congresso Nacional.

O decreto foi editado em 22 de maio com o objetivo de elevar a arrecadação, mas sofreu dois recuos por parte do Executivo, em razão da forte repercussão negativa. Mesmo após as alterações, a versão final ainda previa um acréscimo de R$ 12 bilhões na arrecadação apenas no segundo semestre deste ano. Ceron defendeu a medida como parte essencial do esforço de consolidação fiscal e afirmou que o governo busca “encaminhar o quanto antes e pacificar essa matéria”.

 “A gente precisa tentar encontrar um caminho para trazer segurança e previsibilidade para a atuação [dos agentes econômicos]”, disse Ceron.

Corte de gastos e trajetória fiscal

Ainda na entrevista à GloboNews, o secretário do Tesouro reforçou a necessidade de reduzir as chamadas renúncias fiscais — isenções e benefícios que reduzem a arrecadação tributária. Segundo ele, trata-se de uma “agenda de país” que já encontra disposição no Congresso para ser debatida. Em linha com essa perspectiva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou ao jornal Valor que espera obter R$ 15 bilhões em 2026 com o corte de subsídios tributários.

Ceron reiterou o compromisso da equipe econômica com as metas fiscais definidas pelo governo. Ele afirmou que, caso a trajetória de resultado primário seja mantida, será possível estabilizar a dívida pública entre 2028 e 2029, com posterior queda.

 “Nós somos comprometidos com o atingimento dessas metas fiscais. Ninguém pode nos acusar de omissão ou de não trabalhar para atingi-las”, afirmou.

 “Precisamos consolidar esses avanços econômicos e cuidar do fiscal para que isso deixe de ser uma fonte tão grande de preocupação”, concluiu.

Inflação e juros

O secretário também comentou a política monetária atual, avaliando que a inflação começa a dar sinais de desaceleração, o que abre espaço para um possível afrouxamento das taxas de juros. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, patamar considerado excessivamente restritivo por integrantes do governo.

 “Nós estamos crescendo e a inflação está começando a cair novamente, convergindo para as bandas da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional”, afirmou Ceron.

 “Logo, daqui a pouco criando condições para uma flexibilização da política monetária que impacta fortemente o custo da dívida e a trajetória da dívida.”

Ceron explicou que o elevado nível da Selic exerce forte pressão sobre os encargos da dívida pública, sobretudo porque grande parte dela está vinculada à taxa básica de juros e tem vencimento no curto prazo.

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