São Paulo testa crédito no Bilhete Único para quem pedala pelas ruas da cidade
São Paulo inicia experimento para recompensar quem usa bicicleta no deslocamento diário
247 - A cidade de São Paulo deu início a um projeto-piloto que busca transformar a maneira como os cidadãos se locomovem pela cidade. Segundo informações divulgadas pela Folha de S. Paulo, o experimento pretende conceder créditos no Bilhete Único a ciclistas que utilizarem a bicicleta como meio de transporte em seus trajetos diários.
Desenvolvido em parceria entre o Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME-USP) e o FGV Cidades, o projeto é apoiado por instituições como Fapesp, CNPq e a empresa Tembici. A proposta visa fornecer à Prefeitura dados concretos para a implementação do Programa Bike SP — uma lei sancionada em 2016, mas que nunca saiu do papel por falta de estudos técnicos sobre sua viabilidade.
Mil voluntários e critérios de participação - A iniciativa busca atrair até mil voluntários para ajudar na definição de dois pontos centrais: o valor mais adequado de incentivo financeiro por quilômetro pedalado e quais grupos sociais devem ser prioritários na política pública. O objetivo final é estimular a mobilidade ativa, reduzindo o uso de veículos motorizados e contribuindo para a melhoria do trânsito e da qualidade do ar na capital paulista.
Podem se inscrever moradores de São Paulo com mais de 18 anos que tenham uma bicicleta, um Bilhete Único ativo e consigam pedalar regularmente. A inscrição, que vai até 30 de junho, deve ser feita no site ime.usp.br/bikesp, após a conclusão de um minicurso gratuito e obrigatório sobre segurança viária.
Tecnologia e recompensas - A partir de julho, os selecionados passarão a registrar suas viagens por meio de um aplicativo de celular compatível com o sistema Android. Já em agosto, começa efetivamente a fase de testes: até duas viagens por dia poderão gerar créditos no Bilhete Único do participante.
Ciência aplicada à mobilidade urbana - Segundo os coordenadores do projeto, o experimento é uma oportunidade de aplicar o método científico à formulação de políticas públicas na área da mobilidade. “A Secretaria Municipal de Transportes nos procurou para aprimorar a pesquisa sobre o Bike SP. Nossa intenção ao transformá-lo em um projeto-piloto nas ruas foi a de utilizar o método científico para compreender como o programa e o software associado funcionariam em um ambiente real. Iremos extrair as respostas necessárias a partir da análise do comportamento dos ciclistas”, explicou Fabio Kon, professor de ciência da computação do IME-USP.
Ciro Biderman, diretor e pesquisador da FGV Cidades, também destacou o ineditismo do projeto: “o piloto do Bike SP é uma oportunidade única para testar, com base científica, se compensar financeiramente quem pedala pode mudar padrões reais de mobilidade urbana. Nosso objetivo é gerar evidências que ajudem o poder público a tomar decisões mais eficientes e justas, com potencial de aliviar o trânsito, reduzir emissões e gerar economia para o sistema de transporte”.
Com essa iniciativa, São Paulo pode se tornar referência nacional no incentivo ao uso da bicicleta como alternativa ao transporte motorizado — unindo sustentabilidade, saúde pública e inovação.
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