JBS adota economia circular e transforma resíduos em colágeno, biodiesel e embalagens recicladas
Com 99% de aproveitamento dos bovinos e quase 95% em aves e suínos, empresa aposta em inovação e sustentabilidade para reduzir impactos ambientais
247 - Há duas décadas, a JBS incorporou à sua operação o conceito de economia circular como estratégia para minimizar impactos ambientais e gerar valor a partir de resíduos. A companhia aproveita 99% dos materiais de cada bovino processado e quase 95% de aves e suínos. Os dados foram divulgados pela empresa, destacando os avanços do grupo nesse modelo de produção sustentável.
Esse aproveitamento vai além da produção de carne destinada ao consumo no Brasil e em mais de 150 países. A empresa tem ampliado o uso de subprodutos na fabricação de colágeno, gelatina, biodiesel, rações, envoltórios para embutidos, produtos de higiene e limpeza, entre outros. Boa parte dessas iniciativas está sob responsabilidade da JBS Novos Negócios, criada em 2009, com 6 mil profissionais e 13 frentes de atuação voltadas para o reaproveitamento de resíduos industriais.
“Reunimos operações que transformam os subprodutos e materiais não aproveitados do processamento da carne bovina, suína e de aves em produtos de alto valor agregado”, afirma Nelson Dalcanale, presidente da JBS Novos Negócios. Ele acrescenta: “Para cada resíduo temos que achar uma destinação e tratar de agregar valor e não poluir o meio ambiente”.
Na prática, isso significa que ossos e hemoglobina viram ração animal; o couro é utilizado para fabricar calçados, bolsas e estofados, enquanto sua camada interna se transforma em colágeno. A Genu-in, por exemplo, produz 12 mil toneladas anuais de colágeno e gelatina. A Orygina, outra empresa do grupo, fornece colágeno para a indústria farmacêutica e centros de pesquisa. Já a Novapron+ cria soluções proteicas funcionais para alimentos, melhorando textura, suculência e rendimento.
Outras frentes também apostam no reaproveitamento de matérias-primas como óleo, plástico e esterco. A unidade Ambiental recicla resíduos sólidos industriais, já tendo transformado mais de 40 mil toneladas de plásticos em sacos, móveis, pisos e telhas ao longo da última década. Também gerencia e rastreia o destino de resíduos não recicláveis.
Na área de energia limpa, a Biopower desponta como uma das maiores produtoras de biodiesel do Brasil. Utilizando resíduos da produção bovina e óleo de fritura usado, a empresa gera cerca de 550 milhões de litros de combustível por ano, o que representa uma economia de cerca de 910 mil toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa. Por meio do programa Óleo Amigo, foram recolhidos 25 milhões de litros de óleo em 40 cidades paulistas, evitando a contaminação de 650 bilhões de litros de água — o suficiente para abastecer por 16 anos uma cidade de um milhão de habitantes.
Cada unidade de negócio funciona de forma autônoma, com metas de autossustentabilidade e geração de resultados. “Os resíduos são comprados a preço de mercado. Mas, em alguns casos, os lucros são reinvestidos para a expansão da produção”, explica Dalcanale. “Para nós, o retorno ambiental que geram é maior do que o valor em receita.”
A aposta da JBS na economia circular reflete o compromisso da empresa com a sustentabilidade. “A sustentabilidade está no centro de nossa estratégia e modelo de negócio”, resume Alexandre Kavati, gerente de Sustentabilidade da companhia. “Atuamos para transformar subprodutos em superprodutos e, dessa forma, contribuir para um mundo melhor.”
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