Itaipu fortalece Núcleos de Cooperação Socioambiental e amplia formação em sustentabilidade nos territórios
Workshops e oficinas com jovens e gestores vão consolidar a atuação dos 21 Núcleos em 434 municípios do Paraná e do Mato Grosso do Sul
247 - Os Núcleos de Cooperação Socioambiental, iniciativa articulada pela Itaipu Binacional e pela Itaipu Parquetec por meio do Programa Governança Participativa para a Sustentabilidade, vêm ganhando força em 2024 com a consolidação de suas ações em 434 municípios do Paraná e do sul do Mato Grosso do Sul. A informação é da assessoria da Itaipu, que detalha as próximas etapas da mobilização, voltadas à formação e ao fortalecimento da gestão local dos projetos.
No segundo semestre, está prevista a realização do terceiro encontro presencial do ano entre os 21 Núcleos, com foco no monitoramento e avaliação das ações em andamento. A programação inclui um workshop para gestores dos Grupos de Trabalho (GTs) e uma oficina de educomunicação que deve reunir mais de 600 jovens em atividades voltadas à produção midiática e ao protagonismo juvenil nos territórios.
“Desde o início, concebemos os Núcleos como muito mais do que simples encontros. Trata-se de uma iniciativa viva, moldada pela realidade de cada território e impulsionada pelo engajamento dos participantes”, afirma o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri. “Por isso, investimos em formações, cursos e outras ações que fortalecem esse processo coletivo e ampliam o alcance das transformações que queremos promover”, completa.
Grupos de Trabalho fortalecem articulação local
Os Núcleos se estruturam em Grupos de Trabalho temáticos, que articulam encontros virtuais e presenciais, elaboram diagnósticos locais e promovem o engajamento de novos atores. No Sudeste do Mato Grosso do Sul, um dos GTs se destaca pela mobilização de 18 municípios e por envolver instituições com perfis diversos, em um processo marcado pela escuta ativa e construção coletiva.
“Estamos em um momento importante de construção e mobilização. O Núcleo está sendo estruturado com muito diálogo, articulação e escuta dos diferentes municípios e instituições do território”, explica Jane Corrêa, integrante dos GTs Governança e EcoValor. “Sabemos que esse processo exige tempo e confiança, por isso temos investido em apresentar de forma clara o propósito do núcleo, seus eixos de atuação e os benefícios de uma ação articulada.”
Universidades e sociedade civil como protagonistas
Um dos pilares da governança participativa promovida pelo programa é o engajamento de universidades públicas e institutos federais, que têm exercido papel central na elaboração de diagnósticos e apoio logístico aos encontros dos Núcleos. Em regiões como o Noroeste do Paraná, instituições de ensino têm sido fundamentais para o avanço da metodologia.
Em Campo Mourão, o professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Sérgio Luiz Maybuk, coordena o GT de Alternativas Econômicas. Ele enfatiza a importância do envolvimento acadêmico: “Se a Universidade não contribuir para mudar para melhor a realidade das pessoas, perde o seu sentido maior. De que vale a ciência apenas contida nos trabalhos de conclusão de curso, demais trabalhos acadêmicos e artigos científicos se ficarem apenas no papel, com pouco acesso na sociedade? Penso que o caminho é trilhar projetos iguais a esse dos Núcleos.”
As organizações da sociedade civil também têm sido fundamentais para a estrutura dos Núcleos. Na região Oeste do Paraná, por exemplo, cerca de 60% das instituições envolvidas são ONGs, associações ou movimentos sociais. As prefeituras, por sua vez, atuam como articuladoras locais. No Sudeste do Mato Grosso do Sul, mais de 80% dos municípios já formalizaram sua adesão aos Núcleos.
Resultados práticos em diferentes regiões
No Norte do Paraná, quatro Núcleos — Vale do Ivaí, Norte Pioneiro, Norte Pioneiro I e Norte do Paraná — vêm se dedicando a temas como resíduos sólidos, desmatamento, geração de renda e combate à desigualdade. Com abrangência de 92 municípios, que somam quase 2 milhões de habitantes, os grupos têm avançado em ações como o mapeamento da produção agrícola e de resíduos, a criação de selos de origem regional, propostas de educação ambiental nas escolas e campanhas de conscientização sobre racismo e capacitismo.
Além disso, os GTs desenvolvem estratégias para fomentar a economia local e criar pontes entre trabalhadores e oportunidades de emprego, contribuindo diretamente para o desenvolvimento regional sustentável.
Sobre o programa
Criados em 2024, os 21 Núcleos de Cooperação Socioambiental integram o programa Itaipu Mais que Energia, uma iniciativa alinhada às diretrizes do Governo Federal para a área socioambiental. A estratégia é coordenada por Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec, com atuação em todos os 399 municípios do Paraná e 35 do sul do Mato Grosso do Sul.
Baseados na metodologia da governança participativa, os Núcleos funcionam como espaços de escuta ativa, formação e mobilização coletiva. A meta é criar condições para que os próprios territórios conduzam soluções sustentáveis e inclusivas, com base no protagonismo de seus atores sociais e no fortalecimento das redes de cooperação.
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