BNDES e iNovaland destinam R$ 8,8 milhões para restauração ecológica da Mata Atlântica
Segunda chamada do edital Floresta Viva vai apoiar projetos entre o Sul da Bahia e o Norte do Espírito Santo com foco em conectividade e biodiversidade
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a iNovaland Investment abriram, em 27 de maio — Dia da Mata Atlântica —, a segunda janela de seleção de projetos do programa Floresta Viva – Conectando Paisagens. A iniciativa, cuja chamada pública é coordenada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), destinará R$ 8,8 milhões para projetos voltados à restauração ecológica e formação de corredores florestais entre o Sul da Bahia e o Norte do Espírito Santo. As inscrições estão abertas até 29 de agosto de 2025.
Segundo informações divulgadas pelo BNDES, a chamada faz parte do programa Floresta Viva, que combina recursos do Fundo Socioambiental do BNDES com aportes privados da iNovaland em um modelo de matchfunding. A operacionalização da seleção é feita pelo Funbio, organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) com reconhecida experiência na gestão de fundos ambientais.
Nesta etapa, o edital prevê o apoio a até 14 projetos, divididos em duas categorias: dez projetos de “estágio 1”, com foco em restauração em pequena escala e fortalecimento de organizações locais, e quatro de “estágio 2”, voltados à recuperação de áreas mais amplas e fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis. Projetos de estágio 1 poderão receber até R$ 200 mil para restaurar ao menos 5 hectares em até 12 meses. Já os de estágio 2 deverão prever ações em áreas de no mínimo 50 hectares, com duração entre 24 e 48 meses.
A seleção prioriza critérios como capacidade técnica dos proponentes, relevância ecológica das áreas indicadas, viabilidade econômica e eficiência na alocação de recursos. Importante destacar que organizações já beneficiadas na primeira janela de seleção com projetos de estágio 1 não poderão ser contempladas novamente na mesma categoria nesta nova fase.
A área de abrangência inclui nove municípios da Bahia — Alcobaça, Caravelas, Mucuri, Nova Viçosa, Porto Seguro, Prado, Teixeira de Freitas, Vereda e Itamaraju — e seis do Espírito Santo — Conceição da Barra, Jaguaré, Linhares, São Mateus, Pedro Canário e Sooretama. Todos os projetos devem ser executados obrigatoriamente dentro dos limites desses municípios, localizados em uma das regiões mais preservadas da Mata Atlântica remanescente no país.
Na primeira janela, encerrada em março, sete projetos foram contemplados com um total de R$ 8,15 milhões, somando 485 hectares em processo de restauração. Entre os selecionados estavam organizações como a Associação de Produtores Rurais do Assentamento Pedra Bonita, Instituto Mãe Terra e Instituto Ciclos de Sustentabilidade e Cidadania, na Bahia; além do Instituto Marinho para o Equilíbrio Socioambiental e da Sociedade Amigos por Itaúnas (Sapi), no Espírito Santo. A Fundação José Silveira, por meio do Programa Arboretum, também teve projetos aprovados em ambos os estados.
A Mata Atlântica, terceiro maior bioma da América do Sul, abrange cerca de 13% do território brasileiro e é considerada um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Com apenas 12,4% de cobertura vegetal nativa remanescente, distribuída em fragmentos isolados, o bioma sofre as consequências de séculos de ocupação e uso intensivo do solo.
A região contemplada pelo edital — entre o Sul da Bahia e o Norte capixaba — foi identificada em estudo encomendado pela ONU como prioritária para ações de restauração ecológica durante a Década da Restauração de Ecossistemas (2021–2030).
Mais informações e o acesso completo ao edital estão disponíveis no Portal de Chamadas do Funbio.
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