Haddad em Buenos Aires: "IOF é questão eminentemente jurídica. Recorrer ao Supremo faz parte da democracia"

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi rodeado por mais de dez jornalistas brasileiros ao chegar à embaixada do Brasil em Buenos Aires. As primeiras perguntas foram sobre as reuniões que ele participou logo cedo no âmbito bilateral com o presidente do Banco Central e o ministro da Economia da Argentina. “A conversa foi muito boa. Superou minhas expectativas”, disse. 

Haddad defendeu que o Brasil e a Argentina usem as moedas locais, o Real e o Peso, no comércio bilateral. Mas o foco das perguntas foi o atual momento brasileiro, envolvendo as discussões e rumos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). “Acho que está sendo feita uma leitura equivocada, inclusive pelos jornais”, disse Haddad. Para ele, não há motivos para se pensar em crise entre os Poderes pelo fato de o Executivo ter solicitado avaliação do Supremo depois de o Congresso Nacional rejeitar a proposta relacionada ao aumento de alíquotas do IOF. “A questão é eminentemente jurídica. Nós estamos discutindo uma questão jurídica sobre a constitucionalidade do decreto do presidente da República. Se o decreto é constitucional ou não. Não tem questão econômica e nem politica”, disse. 

Haddad reiterou que a medida pretende beneficiar a população de baixa renda e descartou a possibilidade de reações do Congresso Nacional, caso o Supremo entenda que a iniciativa do Executivo sobre o IOF é constitucional. O ministro disse que o parlamento tem aprovado medidas da área econômica e entende que o que os Três Poderes vivem hoje “faz parte da democracia”.