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Oliveiros Marques

Sociólogo pela Universidade de Brasília, onde também cursou disciplinas do mestrado em Sociologia Política. Atuou por 18 anos como assessor junto ao Congresso Nacional. Publicitário e associado ao Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (CAMP), realizou dezenas de campanhas no Brasil para prefeituras, governos estaduais, Senado e casas legislativas

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Eduardo Bananão

Eduardo Bolsonaro é um Bananão deslumbrado que entende zero de estratégia. O aloprado conseguiu unir setores que parecia impossível ver caminhando lado a lado

Eduardo Bolsonaro (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

O atual senador e ex-vice-presidente general Mourão errou ao cunhar o apelido “Bananinha” para Eduardo Bolsonaro. A movimentação dele nos Estados Unidos, junto a parlamentares ligados a Trump - que ajudaram a construir a BolsoTaxa - mostrou que, na verdade, ele é um Bananão. Um deslumbrado que entende zero de estratégia. E quem diz isso não sou eu - são seus amigos do agro.

O aloprado Bananão, no desespero para tentar evitar que o pai seja preso e que ele próprio seja condenado nos diversos processos que enfrentam - especialmente o que investiga a intentona golpista de 8 de janeiro de 2023 - tropeçou nas fake news em que acredita e conseguiu unir setores que até então parecia impossível ver caminhando lado a lado.

Segmentos mais esclarecidos - que possuem mais do que meio neurônio do lado esquerdo do cérebro - e que ainda demonstravam apoio ao bolsonarismo, finalmente perceberam: o projeto defendido por Jair, Carlos, Flávio, Michelle e Eduardo não é político, é familiar. Nada os move além dos próprios laços sanguíneos. Dos milhões arrecadados via PIX pelos incautos aos milhões do fundo partidário do PL, tudo, inclusive a BolsoTaxa, é pensado sempre em função do sobrenome, nunca de um projeto político que poderia incluir esses apoiadores.

Eles apertaram o botão do “foda-se” para todos os aliados no Brasil. E esses aliados perceberam. Segundo estudos divulgados hoje pelo grupo de pesquisa Nemea-Cedeplar, da Universidade Federal de Minas Gerais, a BolsoTaxa causaria um impacto negativo de 0,16% no PIB brasileiro - o equivalente a R$ 19,2 bilhões. Imagina o sentimento de traição pairando na contabilidade desses aliados.

E o mais irônico da genialidade estratégica do Bananão: os Estados que mais sofrerão os impactos econômicos são justamente governados por seus aliados - ao que tudo indica, por pouco tempo. São Paulo, do governador que adora o boné do MAGA, perderia R$ 4,4 bilhões. Paraná, R$ 1,9 bilhão. Santa Catarina, R$ 1,74 bilhão. Minas Gerais, R$ 1,66 bilhão.

O Bananão acabou presenteando Lula e sua base social com o combustível ideal para manter a ofensiva que se iniciou com o debate sobre a cobrança de impostos de bilionários, bancos e casas de apostas. A imbecilidade de sua estratégia garante semanas de vantagem no debate público - com potencial real de furar a bolha.

No fim das contas, acho que o Bananão vai ter que ficar mais um tempo na Disney. Porque por aqui, as coisas pioraram para ele - e muito. Deve ser porque Deus é brasileiro.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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