Laís Vitória Cunha de Aguiar avatar

Laís Vitória Cunha de Aguiar

Aos 16 anos passou a escrever para a ONG australiana Climate Tracker, que treina jovens para serem jornalistas climáticos, e com isso publicou para a EcoDebate e outros meios de comunicação. Participou dos Jornalistas Livres como freelancer e por um ano do Mídia Ninja. Publica eventualmente no Brasil 247 e Brasil De Fato. Formada em Línguas Estrangeiras Aplicadas ao Multilinguismo no Ciberespaço e coordena o Parlamento Mundial da Juventude no Brasil.

27 artigos

HOME > blog

Clube de diplomacia: projeto une adolescentes de países do BRICS+

A “formatura” do projeto ocorreu dia 25 de junho

Prefeitura do Rio oferece edifício para ser a sede permanente do Brics (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Um projeto para estudantes de Ensino Médio no qual pudessem conhecer jovens de outras culturas, treinar inglês e apresentar sua própria cultura. O projeto BRICS Diplomacia trouxe exatamente essa experiência para 104 alunos maranhenses selecionados no IEMA (Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão), de abril a junho, com participação de 32 escolas maranhenses (IEMA). O projeto foi organizado entre a SERIDF (Secretaria de Representação Institucional do Maranhão no Distrito Federal), IEMA, Youth Diplomacy (ONG russa responsável), IBRICS+, já no começo de fevereiro. Foram 300 estudantes inscritos no processo seletivo, mas para participarem, os estudantes precisaram passar por um processo seletivo rigoroso: inscrição e depois avaliação oral conduzida pelos docentes de língua inglesa e o professor Coordenador de Linguagens de cada Unidade Plena do IEMA participante do processo. Internacionalmente, participaram mais de 3500 jovens de 24 países e 60 regiões da Rússia. O projeto já tinha sido desenvolvido ano passado, com a participação de uma escola de São Paulo, Guarulhos, PEI Homero Rubens de Sá. O IEMA é a primeira instituição de ensino nordestina a participar do projeto. 


Para a jovem estudante Lyara Almeida, do IEMA Pleno Sousândrade, “sobre a nossa interação com os alunos russos, foi uma experiência legal. No começo, eu senti que meu grupo ficou levemente desmotivado por conta do conflito entre culturas. Os nossos amigos russos eram determinados e focados, e nós fomos muito mais falantes e alegres do que eles demonstraram, mas eventualmente essa "tensão" passou quando entrou mais uma sala da Rússia e agiu de uma forma um pouco mais "convidativa" e ajudou a derreter o gelo entre as turmas. No terceiro encontro, já estávamos conversando sobre praticamente tudo, até sobre assuntos como a colonização do Brasil e as origens da Rússia, e os nossos amigos do exterior se mostraram extremamente inteligentes e empáticos ao entender a nossa história e soarem genuinamente interessados no que o Brasil tinha a oferecer.” 


Já para o gestor Diego Souza, que agradeceu a todos os envolvidos, “tivemos um ambiente de coletividade único, troca de histórias, culturas, experiências, e principalmente de muitas risadas. E essa conexão que foi capaz de superar barreiras é uma das maiores riquezas que levaremos conosco. Tivemos três encontros memoráveis. É verdade que enfrentamos desafios, mas nada disso se compara ao depoimento de uma aluna em dizer: "que nunca iria imaginar estar vivendo uma experiência dessa na vida dela". E todo esse trabalho foi graças ao apoio de parceiros como SERIDF-MA que articularam e planejaram incansavelmente, e em especial de nossos professores do Núcleo de Língua Inglesa, conseguimos criar um espaço onde nossos estudantes fizeram novas amizades e construíram mais um degrau para sonhar com oportunidades internacionalização e até a consolidação de um projeto de vida. Que essa iniciativa seja uma semente para grandes parcerias futuras para trazer mais oportunidades aos nossos jovens. Muito obrigado, mais uma vez.” 


Do lado russo, foram 6 coordenadores, 2 para clubes regionais (com participantes de diferentes locais da Rússia), 4 divididos entre os 23 países participantes. No Brasil, os professores mentores foram selecionados de acordo com a quantidade de alunos que estavam sob sua responsabilidade, de forma que muitas vezes um professor se responsabilizou por duasescolas de sua região, para que a quantidade de alunos fosse suficiente para a realização do clube. Um clube do Maranhão, da escola IEMA Pleno Paço Lumiar, e IEMA Pleno São José de Ribamar, tiveram essa experiência com um clube regional. Os temas dos encontros foram selecionados pelos próprios estudantes, protagonistas do projeto ao criarem as próprias apresentações e apresentarem para os jovens russos, que por sua vez fizeram o mesmo, também com temas de suas escolhas. Em alguns momentos, os jovens russos inclusive apresentaram danças e cantos típicos para seus colegas brasileiros. No total foram 3 encontros, um por mês, mais a “formatura”, com estudantes de 23 países ao redor do mundo participando e compartilhando sua experiência, inclusive os jovens maranhenses. 


Para uma das coordenadoras russas responsável pelo Brasil, Diana Sapurina, “foi um prazer ver o intercâmbio cultural, o começo de amizades e o sincero interesse na interação internacional de cada participante. A participação no Clube de Diplomacia Escolar é uma experiência importante e inspiradora. O projeto reúne jovens com perspectivas de mundo similares de diferentes países. Essa plataforma foi criada para jovens desenvolverem suas habilidades linguísticas, respeito e troca com diferentes tradições e culturas. Iniciativas como essa auxiliam que esta jovem geração seja mais aberta e cooperativa.” Ela também agradeceu aos organizadores do projeto do lado brasileiro pela confiança, pois juntos conseguiram desenvolver pontes entre jovens de seus países. 


A “formatura” do projeto ocorreu dia 25 de junho, em dois horários diferentes para que todos os fusos horários fossem incluídos, com compartilhamento de experiências de todos os 24 países (incluindo a Rússia). Para Diana Sapurina, o futuro do projeto está em envolver mais estudantes, criar mais atividades e oportunidades para eles (online e offline). Ano que vem o projeto irá ocorrer novamente, e o escritório espera contar novamente com a participação do Maranhão.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Cortes 247

Relacionados

Carregando anúncios...
Carregando anúncios...