Caça às bruxas é notória prática trumpista
O termo “caça às bruxas” usado por ele serve para caracterizar, isto sim, seus próprios atos e estilo de governar
Afora a impropriedade absoluta de Donald Trump ao reclamar tolerância judicial ao criminoso contra o Estado brasileiro Jair Bolsonaro, o termo “caça às bruxas” usado por ele serve para caracterizar, isto sim, seus próprios atos e estilo de governar. Um estilo afeito ao macarthismo.
Só para lembrar: em 2017, Trump demitiu o diretor do FBI, James Comey, que liderava a investigação sobre os vínculos de sua campanha eleitoral com a Rússia. Obstrução da justiça, nitidamente.
Ao sugerir repetidamente que agências como o FBI, CIA, IRS e o Departamento de Justiça estavam infiltradas por inimigos políticos, Trump criou um clima de desconfiança institucional e promoveu uma purga de funcionários considerados “não leais”.
Trump também pressionou o então procurador-geral Jeff Sessions para reverter sua decisão de se declarar impedido de investigar a Rússia.
Pessoas como Alexander Vindman, que testemunharam contra Trump no caso do "quid pro quo" com a Ucrânia, foram rebaixadas ou forçadas a deixar seus cargos. Denunciantes protegidos por lei foram expostos ou desacreditados publicamente.
Donald Trump tentou abrir investigações contra Joe Biden e seu filho Hunter Biden. E pressionou o presidente da Ucrânia, em troca de ajuda militar, para anunciar investigações contra os Biden — o que levou ao primeiro processo de impeachment.
Inúmeras vezes chamou a imprensa de “inimiga do povo”. Retirou credenciais de jornalistas críticos, tentou impedir fusões desfavoráveis (como CNN-Time Warner) e incentivou processos contra meios de comunicação.
Após protestos antirracistas em 2020, Trump ameaçou usar o Exército contra civis, criminalizou movimentos como o Black Lives Matter e promoveu uma narrativa de “lei e ordem” contra dissidências.
O bilionário descabelado chamou adversários de “traidores”, “lixos humanos” e sugeriu que congressistas democratas "voltassem para seus países", mesmo sendo cidadãs americanas. Exigiu lealdade pessoal de autoridades públicas — o que contraria a natureza institucional do serviço público.
Pressionou autoridades eleitorais, como na famosa ligação para Brad Raffensperger, da Geórgia, pedindo que "encontrasse votos" a seu favor. Incentivou a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, promovendo a teoria da “eleição roubada”.
Trump criticou e afastou generais, membros do Pentágono e conselheiros que se opunham a sua retórica autoritária. Chamou militares mortos de “otários” e “perdedores”, segundo reportagens confirmadas por várias fontes.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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