Díaz-Canel fortalece relações de Cuba com Bielorrússia e bloco euroasiático

247 - O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, iniciou uma visita oficial à Bielorrússia com o objetivo de aprofundar as relações políticas e econômicas entre os dois países e reforçar a presença cubana no cenário euroasiático. A informação é do jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba.

Além dos encontros bilaterais com as autoridades de Minsk, o líder cubano participa do Conselho Supremo da União Econômica Eurasiática (UEE), bloco de integração formado por Rússia, Bielorrússia, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão, do qual Cuba é país observador desde 2020.

De acordo com Alejandro Simancas Marín, vice-diretor do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, os laços entre Havana e Minsk têm raízes históricas e se consolidaram nas últimas décadas. “Cuba e Bielorrússia mantêm um relacionamento crescente e excelente. Ambos os governos compartilham o desejo de fortalecê-lo, expandi-lo e diversificá-lo o máximo possível”, destacou o diplomata.

A visita de Díaz-Canel representa um novo passo nesse processo. Desde a primeira viagem do presidente cubano a Minsk, em 2019, os dois países assinaram acordos que incluem uma Declaração Conjunta e um roteiro econômico até 2030. “Temos o mecanismo de comissões intergovernamentais, que tem funcionado muito bem e se mostrado muito benéfico para promover intercâmbios mutuamente vantajosos”, ressaltou Simancas.

Entre os setores prioritários da cooperação estão a indústria biofarmacêutica cubana, o setor agroalimentar e projetos industriais como a montagem de tratores bielorrussos em Cuba — símbolo da histórica relação entre os dois países. “A indústria de biotecnologia e farmacêutica oferece um efeito multiplicador nas relações econômicas bilaterais”, completou o representante do Itamaraty cubano.

Além da agenda bilateral, Díaz-Canel participa do IV Fórum Econômico Eurasiático,  em Minsk, como parte das atividades do Conselho Supremo da UEE. Empresários cubanos dos setores biofarmacêutico, de serviços, logística e siderurgia integram a delegação da ilha, que busca ampliar negócios e atrair investimentos. “Apesar de ser uma delegação pequena, o objetivo é trabalhar arduamente e traçar ações concretas com as empresas da UEE presentes”, explicou Simancas.

A presença de Cuba no bloco euroasiático tem caráter estratégico, permitindo o fortalecimento das relações políticas e econômicas com países que compartilham posições comuns na ordem internacional. O país, mesmo geograficamente distante, tem buscado atuar de forma ativa no mecanismo. “Nossa participação na UEE não é mera formalidade”, afirmou o diplomata.

Outro aspecto destacado pela diplomacia cubana é o apoio consistente da Bielorrússia à luta contra o bloqueio econômico dos Estados Unidos e à retirada de Cuba da lista unilateral de supostos patrocinadores do terrorismo, elaborada pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump.

A visita oficial de Díaz-Canel ocorre em meio a um contexto internacional marcado por sanções e tensões, em que a busca por alternativas de cooperação e desenvolvimento ganha ainda mais relevância. Segundo Simancas, o fortalecimento dos laços com a Bielorrússia e com a União Econômica Eurasiática é uma forma concreta de Cuba enfrentar as adversidades e abrir novos caminhos para o progresso nacional.