Cuba condena eleição de mercenária indicada pelos EUA para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Ministério das Relações Exteriores cubano rejeita pressão dos EUA e critica nomeação de Rosa María Payá como comissária da CIDH na OEA
247 - O Ministério das Relações Exteriores de Cuba divulgou nesta sexta-feira (27) um forte comunicado em que denuncia pressões e chantagens do governo dos Estados Unidos para impor Rosa María Payá Acevedo como comissária da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). A informação é da fonte oficial do Ministério, que destacou a intervenção do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na indicação de Payá para o cargo.
No texto, o ministério cubano classifica Rosa María Payá como uma "notória mercenária" e acusa o governo dos EUA, sob a gestão do presidente Donald Trump, de usar a OEA como instrumento para promover figuras que atuam em defesa do bloqueio e da agressão contra Cuba. "Payá foi eleita por uma margem estreita como Comissária da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, apesar da postura digna, corajosa e legítima de vários governos da Nossa América", afirma o comunicado.
O documento também ressalta que os Estados Unidos ecorreram a múltiplas pressões e ameaças, incluindo a chantagem de cortar orçamentos para programas de cooperação no hemisfério, para garantir a nomeação. Além disso, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba destaca o histórico de Rosa María Payá, que "exibe seu apoio a golpes de estado, espalha mentiras e promove intervenções militares e políticas de guerra econômica na região".
Cuba cita ainda as conclusões do Painel Independente que avaliou os candidatos ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos, destacando que Payá "demonstrou conhecimento limitado de normas, jurisprudência ou doutrina internacionais de direitos humanos" e que suas ações políticas "podem questionar a aparência de independência aos olhos de um observador razoável".
O comunicado inclui referências ao Centro de Pesquisa Econômica e Política, que afirma que "o histórico público da Sra. Payá demonstra um desrespeito repetido aos direitos humanos e ao direito internacional nesta área", além de constatar a disseminação de "desinformação sobre os governos dos Estados-membros da OEA".
Outra denúncia feita por Cuba diz respeito ao uso da Comissão Interamericana de Direitos Humanos como parte da campanha dos EUA contra a cooperação médica cubana. O Ministério rejeitou a solicitação dos EUA para que todos os Estados-membros da OEA respondessem a um questionário detalhado sobre os acordos em saúde firmados com Cuba, considerando o pedido "sem precedentes e uma violação da soberania do Estado".
Em sua conclusão, o Ministério das Relações Exteriores reafirma que "Cuba reitera que não reconhece, nem reconhecerá, nenhuma autoridade moral ou legal da OEA ou de qualquer um de seus funcionários e órgãos subsidiários ou autônomos", consolidando sua postura de total rejeição à instituição hemisférica e às manobras de Washington.
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