Cuba agradece apoio do Brasil na Cúpula do BRICS e propõe nova ordem internacional baseada em solidariedade
Durante encontro com Lula e Dilma, Díaz-Canel destaca cooperação econômica e defende sistema global que combata a fome, a pobreza e as mudanças climáticas
247 - Durante a 17ª Cúpula do BRICS, realizada nesta semana, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, destacou o papel estratégico do Brasil no apoio a projetos de desenvolvimento econômico em seu país e convocou os países-membros do grupo a unirem forças por uma nova ordem internacional mais justa e solidária, informa a Telesur.
O encontro entre Díaz-Canel e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu na segunda-feira (7), à margem das reuniões da cúpula. Durante a conversa, o líder cubano agradeceu o respaldo político do governo brasileiro, especialmente em iniciativas voltadas para setores cruciais como agricultura, produção de alimentos, medicina e energia. “Agradecemos ao Brasil pela vontade política de continuar apoiando Cuba em projetos de desenvolvimento econômico”, afirmou.
De acordo com dados do governo brasileiro, a expectativa é que o comércio bilateral alcance a marca de US$ 279 milhões em 2024, o que representa um crescimento expressivo de 26% em relação ao ano anterior. O número evidencia uma reaproximação entre os dois países e o potencial de expansão das trocas comerciais dentro de uma lógica de cooperação Sul-Sul.
Em seu discurso na Cúpula, Díaz-Canel fez um apelo para que os países do BRICS — agora ampliado com novos membros — promovam um modelo alternativo ao atual sistema internacional, que, segundo ele, deve garantir a paz, o bem comum e a prosperidade global. “Uma ordem internacional onde prevaleçam a solidariedade, a cooperação e a integração para enfrentar os desafios e ameaças globais, incluindo a crise ambiental, e que promova soluções reais para erradicar a fome, a pobreza e as doenças”, declarou o presidente cubano.
Ele também defendeu o direito ao desenvolvimento como princípio fundamental e a necessidade de coexistência harmoniosa com a natureza, alinhando-se aos debates urgentes da crise climática, especialmente em um momento em que os efeitos das mudanças ambientais afetam de maneira mais severa os países do Sul Global.
Ainda durante a Cúpula, Díaz-Canel se reuniu com a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, onde reforçou o compromisso de Cuba com os ideais do BRICS e expressou o desejo de ampliar a cooperação em áreas de benefício mútuo. “Cuba valoriza profundamente a atuação do NDB e deseja estreitar os laços com o banco e os países que o compõem”, afirmou.
A Cúpula deste ano ocorreu num contexto geopolítico e climático desafiador, com o BRICS — formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e países recentemente incorporados — buscando fortalecer sua capacidade de influência global. Entre as principais resoluções, está a consolidação do NDB como instrumento financeiro estratégico, bem como o lançamento de uma iniciativa para criar um sistema multilateral de garantias destinado a fomentar investimentos produtivos entre os países-membros e parceiros do grupo.
Ao fim dos encontros, ficou evidente que Cuba, apesar de não ser membro oficial do BRICS, posiciona-se como aliada estratégica na articulação de um novo paradigma internacional que supere a dependência de modelos excludentes e promova um desenvolvimento inclusivo e sustentável.
A agenda proposta por Díaz-Canel reforça o protagonismo das nações do Sul Global e converge com a política externa brasileira sob Lula, que tem dado prioridade à integração regional, ao multilateralismo e à cooperação entre países em desenvolvimento.
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